quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Falando de um Comparsa


Não escapam nem os chegados da história
ao olhar conspirador e malemolente
a mandinga emanada e presente
que se constrói em anarquia

Pelas ondas interligadas
com tantas parcelas cósmicas de Zion
surgem pretextos pra textos
postulados de vivências e apuro
frases de romper muros
ações de abarcar alguns mundos

É livre o amor, o verbo e o questionar
para fazer comum o tempo ousar
na vida de cada uma e um
mas sem um direcionar; a palavra é provocação
um, dois, dez, trinta então
da sombra daquela árvore
quebrando estéticas e métodos
por uma tal liberdade

Acendido vivo (e vive!)
pra também incendiar os espaços
no lado a lado e passo a passo
com firmeza nos princípios
e flexibilidade nas táticas
afim de sobreviver sim
pra mais um dia se amanhecer em mensagens

André Café, para Franz Ícaro

Um grito de poesia em prantos


Espremido grito
que tinge as pontas do meus dedos;
e derramam todo o sufoco,
mas de insaciável sede,
pranto incipiente
reitera o reforço ardil

Clama pouco
por aquilo que foi; e o que será?
não ser e estar incólume
cambaleando pelas estrofes
tropeçando no fim do verso
para jazido em ponto final

André Café



De leve e profundo


Sopro ...
suave carícia fúnebre
mergulho
um torpor enebriante
entre o meio termo
de me soltar e estar preso
ou me encarcerar pra ser livre
um segundo apenas
entre o ouriçar e o sentir
mas todas as explosões de 'eus '
em ti se manifesta
hoje sou festa, querendo solitude
estou grão de areia, querendo imensidão
entre os recortes de sim e de não,
rubro brilho dessa paixão

André Café

Uma conversa


Não sei se saudade ou necessidade
preciso de um dia de diversão
assim em silêncio
e que os sorrisos falem pela gente
saudade disso ou seria necessidade?
parece poesia, mas nem era pra ser, já sendo

O abstrato; que as vezes só precisa
de algo que ainda não sabemos
quem sabe alguma tarde de rio
ou uma noite de violão e vinho
quem sabe ainda persistindo
para ver além do cinza
para sentir além do tempo

André Café

Das caminhadas em reminiscências


São rasgos,
destes mais previsíveis
que carrego em insistência
pelos rumos que me apronto
faz tempo que era desgarro

Mas trago,
se são ao mundo invisíveis
pode ter alguma ciência
que me tire o desencanto
no que eu tanto me amarro

Amargo,
pelos caminhos insolúveis,
sem um terço de demência
me atiro ao desencontro
daquilo que não sou páreo.

André Café

Milhas


Esses meus percalços duros,
onde as solas racham,
as marcas tem cheiro de terra
o passo, a simetria erra
o sulco para o por vir

Mas cadafalso engano
não adianta o chão
se coração ainda flutua
se a emoção ainda atua
se para o amor ainda sorrir

André Café

sábado, 23 de agosto de 2014

Missão


Eu vim para te fazer feliz
E ser feliz no teu sorriso
Você é tudo que eu preciso
Tudo que sempre quis

Sei o que sou
Sei o que quero
Sei onde vou

(Marcos Medeiros)


terça-feira, 19 de agosto de 2014

O rapaz que não mais respirava

Por @indicioerroris
Sem ar
Que hei de fazer?
Minha vida está a passar
Mas será que tive direito de viver?

Tudo passou tão rápido,
Sem deixar um rastro,
Memórias boas e ruins,
Não sei se é bom tê-las por fim.

Fiz tanta besteira e idiotice,
Mas sou humano,
A vida que me disse.
Me acostumei aos erros,
Desacreditei nos acertos,
Agora fico pensando,

Nada realmente valeu a pena.

Cheguei ao fim, finalmente,
Todos terão o mesmo destino,
Então, meu amigo,
Que há de fazer?

(Zeth)

O meu Sol



No meu silencio 
aponto a vista pro horizonte
guardando um monte 
de versos pra te contar
vivendo aqui sozinho, 
se a senhora me despreza
eu escrevo sem ter pressa
tenho muito o que falar
Meu coração
é o reino do carinho
Sua casa, nosso ninho
esperando tu chegar

Quando eu te vejo
é ligeiro que me perco
se tenho um medo 
é de não te encontrar
Sem a luz do teu olhar
me desligo, passo frio
da espinha vem o arrepio
para o juízo inquietar 

Nos meus romances
ela é minha Rainha
Colorida, a Passarinha
que nasceu pra me encantar
De longe pude notar
seu parentesco com o sol
Nos seus olhos, meu farol
me guiando, faz voar
Misteriosa como o mar
brilha com todas as cores
perfume de todas as flores
Um Raiozinho de sol
que veio pra me iluminar

Delicada,
Ela é bela, doce e fina
Apaixonante, Mulher Menina
inspiração pro meu cordel
Meu Deus do céu
me pergunto: e agora?
Rogo a Nossa Senhora
Suspirando que da dó
Desatando e dando nó
o meu peito se aperta
Ela é a chave certa
para o que tenho de melhor

Deusa das minhas noites
te vejo nos olhos da lua
Que essa beleza sua
Esforça-se para copiar
Perco o foco do olhar
no universo de uma janela
So tenho olhos pra ela
Que domina meu pensar
Ela é meu doce,
A Rainha la da mata
vestindo nuvem de prata
Com vagalumes a enfeitar

Espalhando o seu encanto
pés descalços na areia
Tem formato de sereia 
a natureza do seu ser
Te convido pra viver
Da melhor forma que se ama
Pétalas de flores são cama
com todo meu bem querer

Meu coração
repousa no teu sorriso.
Seu amor, meu paraíso
que é viver no teu calor
dourada com toda cor
do mais belo por do sol
sua pureza, gira sol
Ela é a mais bela flor


(Marcos Medeiros)

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Sustentação




Na forja do ajuste,
projeto fora de centralidade.
Luta luta luta por um pingo de palavra,
Gota preciosa não quer que ninguém escorra.

Na brasa do embuste,
rejeita agora todo tipo de novidade.
Sangra sangra sangra a carne lanhada,
Gosto amargo nos olhos que não aguentam.

Caindo de sono arrebentam
barreiras de toda negatividade acumulada,
cadeiras a postos, colunas que se curvam

Vista a vista cambaleia e fica turva,
o passo é mais fraco do que a caminhada,
segura as pontas que ainda há muito tempo pra nada.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Poético Pára Raio

Meu poetico é para raio
aguçado sentido de dor
receptor, espalha esperança
entende o sentido do amor
da beleza onde não tem sentido
domina o agradar do ouvido
nasceu para espalhar alegria
eleito na alta escala da rima
pode ver o mundo de cima
transformando tudo em poesia

(Marcos Medeiros) 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Vai passar


É quase de manhã, mas o céu ainda é noite.
Ainda há muito o que fazer, só não sei o que, nem por onde começar...

Sinto frio, mas não vou me cobrir.
Não durmo porque não quero acordar.
Não esboço riso para não chorar.
Nada na cabeça: medo de pensar.
Sinto dor, mas somente ao recordar.
Tenho saudade, mas vai passar.

Vai
passar...
Tem
que
passar...


Hugo Jardel

Sobre a arte de dar sentido à vida


A fumaça do vigésimo cigarro sobe pelo ar. Densa, assim como meus pensamentos. Turvos, como águas profundas de um oceano que não conheço. Uma pergunta não cala - Porque viver? Qual o sentido da vida?

Acompanhada de minhas úlceras, reflito mais um pouco, como se fosse a primeira vez que tais pensamentos se apresentassem a mim. Penso em minha vida e nos anos em que carrego comigo um projeto que não é apenas meu, mas de nossa classe. E portanto, transcende a mim e ao meu desprezível tempo de indivíduo.

Subverter a ordem! Transformar a sociedade por inteira!

Olho para fora e vejo gente, bicho, planta, carros, asfalto. Gente atomizada como bicho, desumanizada, reificada. Gente que se mistura com asfalto - cinza. E torno a me perguntar: Qual mesmo o sentido da vida neste mar de merda?

Deus, religiões, livros de auto-ajuda, compras, comidas, drogas, todos os tipos de fugas e muletas (nunca os tivemos tantos!) arranjamos para esboçar qualquer resposta. Lembro-me das palavras de um querido amigo: "a vida por si só não possui sentido algum." A existência não se justifica em si mesma. Não precisamos propagar a espécie: o mundo já o está cheio dela. Viver apenas para reproduzir essa sociabilidade torna-se um despropósito à humanidade. O mais nobre sentido da nossa existência só pode ser o de buscar tomar nossa história pelas mãos. Temos o direito de assumir o protagonismo de nossas vidas e de nossos destinos.

Imagino um dia em que a vida possa ser realmente vivida e não apenas miseravelmente sobrevivida. Imagino todas as necessidades e potencialidades humanas que poderão ser desenvolvidas sobre outro patamar de relações entre os seres humanos: sequer consigo mensurar... a filósofa faxineira, o pedreiro arquiteto, o lixeiro compositor de música clássica,...
Qual melhor sentido da vida, senão a luta para que a vida um dia seja plena de sentidos?

Tábata Gomes, 05/08/2014


Teu cheiro de âmbar
Com notas de folha de cedro
Ficou em minha pele
Fez-me relembrar
Daquele fim de tarde
Ao pôr-do sol que ficamos abraçados
Contemplando a natureza
E você repetindo palavras doces
Que caiam como bálsamo em meus ouvidos
Me acalmando e acalentando
Ah, preciso confessar que foi lindo!
Majestoso, quando olhou pra mim
E me beijou como se fosse a última vez
E de repente me perco em teus braços
E como num passe de mágica nos dissolvemos
Ao vento, nos misturamos às dunas...

J.di Castro

Princesa repentina


esse teu jeito lindo de mulher emancipada
na voz alada tanto afeto e tanto amor
me faz pensar que tu mereces ser amada
por homem-príncipe de beleza interior

nos teus cabelos tantos fios alongados
minha canção desajeitada quer dizer
que esse príncipe que eu quis pra teu amado
nesse meu mundo ainda está para nascer

como uma planta,como pássaro sem dono
tu és semente que implanta a liberdade
e esse teu príncipe dorme o seu profundo sono
e como um mago vem trazer felicidade

essa tua luz de tradução de doces lumes
atinge o cume da beleza feminina
tua perfeição de alma,lábios e perfumes
quero expressar nessa poesia repentina

TUPINAMBÁ BARJUD (tupy)

Tarô


Conte seu jardim pelas flores, nunca pelas folhas caídas. Viva cada minuto de sua vida como se fosse viver eternamente. E cada hora que passar não conte pelos ponteiros romanos de um relógio e sim pelo pulsar do seu coração. E através de toda a sua existência conte sua idade pelos amigos que conquista e nunca pelos anos que vive. Isso é o que eu lhe desejo de coração. Feliz Aniversário.

De: Tupinamba Barjud

Ser


Ser o que ainda é definido?
Ou Ser Um paradoxo irregular?
Ser o saber do ser?
Ou o ser para saber?
Sem saber Ser?
Ou ser sabendo o que ser?
Ser sem crer ?
Ou crer sem saber?
Será que o ser sabe o saber?
Ou sendo o ser quer saber?
MELHOR APENAS SER.

Ramon Abreu

Mesmo depois da minha morte


Sem alento descrevo os meus sentimentos.
Por favor.
Um simples pedido.
Um grito de misericórdia.
Ouça-me!
Espero ter a oportunidade para recomeçar.
Espero por um milagre.
Quando for possível, realize o meu simples pedido.
Mesmo depois da minha morte.
O que lhe peço é muito pequeno perante o dom do existir.

Autor: Dhiogo José Caetano

Não se esqueça de algumas coisas se eu morrer


Se eu morrer em uma manhã de sábado,
à noite, não deixe de ir ao cinema e, após,
não se esqueça de beber algumas cervejas
com o pessoal de sempre ou até mesmo só.
Caso eu morra na Colômbia ou no México,
sem ter dado notícias nas últimas semanas
nem postado uma foto em qualquer rede social,
não durma até o nascer do sol – deixe que a aurora
invada a sua pele para que você possa sentir o meu abraço.
No caso de eu vir a falecer em um dia de chuva, deixe todos os meus
converses do lado de fora da nossa casa e observe cada gota molhar
a única parte da minha efígie que remanesceu visível.
Se a causa do meu óbito for triste, jogue fora o
Unknown Pleasures que eu comprei em Porto Alegre
e, durante uma semana, somente ouça as marchinhas
do Haroldo Lobo, que a tristeza irá embora...
Porém, se eu morrer dormindo, depois de uma noite de amor,
antes de ir ao meu funeral, tome café da manhã na padaria que
fica na outra esquina e coma todos os pães de queijo que puder.
Quando a minha vida cessar, não deixe que a sua também se encerre,
apanhe a minha mochila vermelha, e vá ao norte mais longínquo que
há na Terra, e conheça pessoas amarelas, e continue se apaixonando,
e beba novas comidas, e coma novas bebidas, e não se transforme em
um bitolado melancólico chato do caralho!
Quando a morte chegar, lembre-se de que ela é banal, vulgar & trivial.
E o mais importante: não a encontre antes de mim.

(Laís Grass Possebon)

Tiquinho de tempo


Eu só queria ter um tiquinho de tempo
um tiquinho bem tiquinho pra poder sorrir em versos
Se me dessem mais um tiquinho de tempo
vários contos de Celso ecoar
Como nesse momento eu queria mais um tiquinho de tempo
pra rever meus textos, minhas prosas, minhas poesias
Se me dessem mais um tiquinho de tempo
quem sabe mais outros tiquinhos de tempo poderiam
quem sabe,
tricotar de poesias e artes pelas ruas
Hummmm
quem me dera mais um tiquinho de tempo pra conspirar
contra melancólias sistêmicas de pura escravidão
prisão, servidão, maniqueísmo, promoção
Um tiquinho de tempo pode ser muito perigoso
muita arte na rua, no papel, na internet
desperta fúria de mais tiquinhos de tempo roubados
Por falar em tiquinho de tempo,
Tchau!

Miguel Coutinho Jr.

A morte necessária


Tudo se faz mórbido.
Um vazio adentra a minha casa.
Tudo está dando errado.
Uma sequência de conflitos arrebata a minha paz.
Estou em prantos.
A minha alma chora.
Já clamei para todos os santos.
Não tenho mas forças para orar.
Estou entregue nas mãos do universo.
A morte é a única certeza que avisto no infinito horizonte.
Não consigo perdoar-me.
Já não me vejo no espelho.
O desequilíbrio faz festa nas minhas entranhas.
As minhas vísceras estão desnorteadas.
Voando rumo ao infinito, segue a minha paz de espírito.
Uma insegurança devora o meu ser.
Nada faz sentido.
Quero simplesmente deixar o existir.
Partir rumo a novos horizontes.
Conhecer outros mundos, outras galáxias.
Recomeçar uma nova vida.
Usar outras roupas.
Conhecer novas experiências.
Eliminando os erros desta existência, vencendo as minhas limitações.
A morte devora os resquícios de vida que ainda existia em mim.
Sobre um amontoado de livros, o corpo cianótico de um homem.
A morte foi o preço pago pela luta em prol da vida.


Autor: Dhiogo Jose Caetano

sou introspecção


o que sou daquilo que sobrou de mim
de cada pessoa em que estive e deixei
um pouco do meu desatino infiltrado
em suas peles cândidas e trigueiras e
apenas sensíveis epidermes
o que sou daquilo que furtei de todos
aqueles que superfluamente persuadi
declarando a minha gentileza esnobe
e também esta leviandade presunçosa
que deseja rija defloração
o que sou daquilo que deixei de fazer
das coisas que idealizei e não expandi
das truculências que não cometi e de
todos os sentimentos que não provei
logo contraí o que não obtive
eu sou o resultado daquilo que não fiz
e dos trecos que experimentei e exaltei
sou o vazio que não conheci e a lacuna
em que me introduzi silente para achar
aquilo que na verdade sou

(Laís Grass Possebon)

Estopim













Eliane Barreto

Rotina se quebra


Sabe como é, tem dias assim:
é quando meu olho mira o céu
e o corpo se arrasta no asfalto
nem mesmo lá do alto me vibra

Garganta e nó, passos rasos
largo e profundo, destino de cruz
rumo aprendido, remendo amarrado
vontade, resquício, olvide saudade

Há quanto tempo um tinto;
com sangue se movem as palavras
quiçá um poema nasce
ou uma revolução se inflama

Mais que qualquer peso de rotina;
o verso é o engasgo impensado
se poeta em completude não é
poesia explodida assim será

No traço rabisco
aquilo que fito
é meia verdade

busco o risco
de 8 ao infinito
da outra metade

André Café


Luke Chueh - Feeling Blue
feeling blue

Sobre o saber do bem;
o saber do amor e sobretudo o não saber;
saborear.

Sobre o mundo e o bem dele;
sobre o que se sabe do mundo e do amor;
sobre o azedo dissabor.

Sobre o bem que eu sei que sou;
sobre o amor que eu sabia ser;
sobre o amargo dizer;
soul de amar você

André café, doce, mas amargo