sábado, 20 de setembro de 2014

Na voz do Vaqueiro



Tirei versos de saudade
desse meu coração bobo
na lua encontrei versos
sou passarinho, gato e lobo
mandei bordar numa fita
minha flor é mais bonita
que as atrizes da globo

Me jogando no seu jogo
uso da força motora
meu coração é sem freio
ela é coordenadora
Dando norte pro meu dia
rendido em sua magia
de Deusa encantadora

Beleza ímpar, sedutora
me atrai sua alegria
seu cabelo é de ouro
tem cheiro de poesia
elas nasceu para brilhar
só ela pra me inspirar
sorriso que contagia

E na sua companhia
toda porta é aberta
Independente, sonhadora
iluminada, é completa
eu já li o seu sorriso
todo amor que eu preciso
minha estrada correta

No rodar do mundo louco
demorei pra me encontrar
Sei que Deus me fez poeta
O mundo pode confirmar
Nascido pra fazer versos
Consciente, o progresso
Meu destino é só amar

Na força do teu olhar
vejo o mundo colorido
o teu corpo perfumado
é o meu jardim florido
A Rainha da floresta
Nascida pra fazer festa
Nesse meu coração sofrido

Cavalga, tempo corrido
Mundo gira com demora
preso em minha vontade
de ta nos seus braços agora
Tempo se fez de opressor
do meu coração sensor
que vive contando hora

Manifestação sonora
no ouvido só carícia 
bem-te-vi encorpado
versejando a primicia
vem pra aliviar a dor
falando do meu amor
veio em trazer notícias

Sou um rio de versos
Em cachoeiras se derrama
manifestado em calor
aberto quando se ama
só é bom ficar ligado
e tomar muito cuidado
pra não incendiar a cama 

(Marcos Medeiros)

domingo, 14 de setembro de 2014

Um vento morno deste teu peito velho


Tristeza ...
moinho silencioso de versos gritantes
nas tuas voltas gigantes,
o desgaste que abala o leito:
um vento morno deste teu peito velho
fazendo um punhado de risco na terra;
úmida, embebe o queixo, o pescoço e o chão

Tristeza ... assim, só pra ser poesia
te calar, um dia só, poderia?
inverso; rasga o seco do palavrear
das coisas não ditas em olhares
dos beijos malditos de pesares,
escavando a tez do juízo
sem aviso, numa caça perdida ao coração

André Café



Qual tristeza me leva?


Há um quê de mutação nesse sentir
traduz-se de cinza e retrovisor
com um calor de quem está por perto
mirando naquilo que vai distante
dum reflexo roto, num abismo frio

Muda, o caleidoscópio de dor
num afastar dilacerante do eu
para onde for o que não sei,
da tristeza que se dizia antes
durante o cair do silêncio

Transformando-se a cadafalso
eu me guio para direção errônea
o que seria antídoto, é placebo
mirando naquilo que vai distante
alheio profundo, meu medo do mundo

André Café

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Quando o sol em mim se por



Os olhos do passarinho
por te achar tão bela
fez versos de aquarela
numa forma de expressar
A vontade de cantar
Repousado em tua rede
quase morto de sede
de no teu fogo se saciar 

Nas cores desse passarinho
encontro o mapa do caminho
das paisagens douradas, mais belas
Rosas de ouro, flores amarelas
Oasis, encantos do norte
No ponto brilho mais forte
teu sorriso de luz entre elas

Explosão do sol, chega a arrepiar
olhar de esmeralda, o mais lindo
por do sol rosado, você sorrindo
Vento das flores a te soprar

Voa suave, borboleta dourada
Riqueza da graça, cor derradeira
Frasco de doçura da cachoeira
Graciosa presença de fada

Pluma dourada da primavera
Transbordada entre a pureza
Manifesto de luz da natureza
Sorriso da criança mais sincera

Sopro de amor e serenidade
Partícula da fauna e da flora
Dourada de dentro pra fora
Beleza fluída em verdade

Uma vontade meu coração belisca
Sol me queimando por dentro
coração feito de terra, do centro
Criatura do olhar de Faísca
Flor do Sol, misteriosa constelação
Universo de paz e alegria
desaguado em verso e poesia
com efeito do raio e trovão

Luz que brilha onde eu for
caminho das flores e clareza
o mundo se renova em beleza
quando teu sol em mim se por

(Marcos Medeiros - 03.09.2014)