terça-feira, 14 de outubro de 2014

Sobre nós


Parece que você me invadiu como as folhas que se desprendem no outono e se espalham pelo chão formando pinturas Valentinas.
Quero que me prove em dedos, sujos ou limpos, mas sempre em cores, devore meu pescoço, coma-me os seios, mude-me de humor.
É do seu bom dia que preciso para nascer em tantos olhos, me invente, reinvente, crie nosso porto, permita-se velejar nesse mar que não entende o fim.
Contrarie-me, leve-me para passear em tardes frias, gosto do pôr-do-sol e se queres me amar saia comigo para ver a lua cheia nascendo como um recomeçar depois de tantas fases.
Se não gosta de poemas, permita-me te por em versos, rimar teu sorriso, estrofear sua boca nessa linha que se chama cama, nas entrelinhas que se chamam corpos.
Enlouqueça-me, mas também me deixe calma, dance comigo, mas permita que eu dance com desconhecidos, gosto do nosso, mas nunca serei sua dona, mesmo sabendo que és minha.
Se eu estiver de vestido florido sorria, se eu estiver de baby dooll me olhe com carinho, se eu estiver nua ainda assim me dispa.
Me vista com sua armadura, mas deixe eu tirá-la e vê-la frágil, cuidar de ti como mimo meus gatos. Deixa eu te perturbar por ser Palmeirense e sempre querer que tire a cebola das comidas que precisam desse toque.
Rapte-me para onde possa te escutar, mas leve-me para lugares que eu so possa te olhar,desejar, apenas sonhar.
Se fizermos cara feia, beije-me demoradamente até as sobrancelhas formarem um riso, se estiveres triste contarei histórias bobas da minha vida de aventuras que te fazem ter ataques cardíacos.
Quando estiver entediada escute meus discos de banda que nunca ouviu falar, pois estarei lembrando de você quando tocar aquele sertanejo que sempre julguei insuportável, mas que me faz lembrar de você.
E se eu me sentir só e se você se sentir só, eu corro, flutuo, vôo, nado, mas vou te encontrar de preferência no fundo dos teus olhos, pois foi ai que te conheci.

Yana Moura

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