sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Mãe, eu sou anarquista


Mãe, não tenho culpa pelos meus olhos sobre o mundo
pelos meus picos de depressão, pelo meu choro fácil
ou pelos tantos pontos de engarrafamentos de Teresina,
entre o abafo e o mormaço nada sutis

Não tenho culpa, mas quero demais fissurar
o número maior de repressões e existentes
eu quero amor sem os olhares sociais criados e criaturas
e tudo que quero, infinitamente venha para todas

Mãe, não é não querer me engravatar
é uma máscara que não me cabe
e se forçada, irá trincar e perecer tudo que sinto
e vai e distanciar de mim, de você e do mundo

Não mãe, ainda tem rotas de fugas
ainda que quase sempre com sua ajuda
e o seu apoio, apesar dos pesares

Mãe, eu quero apenas um mundo circular e horizontal
quero outros tempos, poesia no jornal
ter e ser colo, querer e compartilhar saberes
a toda hora e a todo momento, é disso tudo que falo
o meu ser assimilou e não se rasga mais do que hoje sou

André Café

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