segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

De madrugada, a gente é assim, ar, dor IV: rabiscos que riscam a pele


Rabiscando versos,
tinta cor de sangue
rasgam-se meus sentimentos
chorados na ponta do risco
como se o escrito
fosse extensão do meu ser

Ata-me mais e mais nesse ardor que fujo,
o poema grita o meu destempero,
enquanto meus olhos resfriam o tempo
de madrugada, um cisco de inspiração
pra desaguar toda essa loucura

Não se cura, não passa, não cede
o verso acabado espaça, não mede
cabe mais história, em cada pranto, sede
num marejar ingênuo,
num recitar veneno,
que busco pra me esvaziar

André Café

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