segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

De madrugada, a gente é assim, ar, dor V: o telhado anuncia o dia


De madrugada, a gente é assim:
Ardor, insônia e saudade
me parto em metades
e cada metade voa
pra diversos rumos,
pra longe de mim
no turno de encontrar você

Metades de mim, nunca mais verei
até onde fui, não as encontrei
mais da metade das partes eu sei
flutuam ao teu redor
na esperança de serem sentidas
sorvidas e saciadas
com a suavidade do teu toque

Assim elas sabem o caminha de volta
E de todas metades, me sinto inteiro
quando me trazem o cheiro
daquela que mais sinto falta

Uma rotação de mundo
em apenas alguns segundos
aguardando o por vir;
meu olhar irá vencer
pelas telhas que vislumbro o alvorecer

André Café


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