segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Rotinas e botões


De tanto pensar com eles
Meus botões se soltam carregados,
Injuriados.
Caem ao relento esquecidos;
nem ligo,
E nem me aperto em vê-los.
Sem cabeça para pensar,
Escrevo versos ao amigo
Mas perco sua amizade
Sem ao menos rimar
Nos pobres vocábulos impacientes.
Quero a atenção dos pobres
Dos pobres coitados que pensam
Que pensam na vida.
E não na meta da metáfora incerta.
Mas do percurso duro,
Rico de suas boas rotinas.
Rotina-me, vento invisível orgânico.
Com sua desordem organizada
Retirando-me botas e botões.

William Feitosa Júnior

Nenhum comentário:

Postar um comentário