quarta-feira, 4 de maio de 2016

Ensaio sobre a loucura numa insônia qualquer


Era 01:00 hora da manhã, madrugada silenciosa e escura quando a loucura olhou pra mim e disse:

_ Tu és louco por simplesmente ter algo concreto em acreditar.
_ Tu és louco por não se submeter a farsa que os outros já estão apaixonados e seduzidos.
_ Tu és louco por teres princípios e firmeza no que acreditas.
_ Tu és louco por falar a verdade e romper com o que lhe foi imposto.
_ Tu és louco por não te convencerem em nome do maniqueísmo corrupto da pilha com o prazo de validade vencido.
_ Tu és louco por sonhar e quereres fazer do seu sonho realidade.
_ Tu és louco por dizer o que os outros tem medo de dizer.
_ Tu és louco, impulsivo, vanguardista, espetaculoso por apenas não defender a quem já lhe bateu de chicote.
_ Tu és louco por propor o que vai além da quadrinhos dos jornais.
_ Tu és louco por apenas fazer os que os outros ficam no dizer.
_ Já te chamaram de Moisés, por quereres abrir o Mar Vermelho.
_ Já te chamaram de farol por queres iluminar os caminhos dos navegantes perdidos.
_ Já te chamaram de sectário por não querer aliança com Capitães do Mato.
_ Já te chamaram de vanguarda, já te chamaram de tanta coisa.
_ Uma pena que os que mesmos que te chamam destes nomes são os mesmos que fecham vários Mares Vermelhos, apagam diversas luzes de faróis, combatem tantas vanguardas e hoje paqueram Capitães do Mato.

Loucura, por que não me beijas?

Miguel Coutinho Jr., 2016

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