sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Sob(re) o Corvo

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Na escuridão nada há de estranho
Pois lá resido e me encontro,
E me ponho no vasto infinito
Ao lado de um corvo.
 
[“Fique
                          comigo!”]

Na noite de mais profunda contemplação
O corvo traz uma luz fosca, quase boba
No que fito olhar – e não em vão
Que a lânguida leveza enaltece

[“Trago
                          consigo!”]

As penas negras me seduzem funebremente
E no olhar negro, Raven – O corvo
Feitiça calmamente ao prepotente consciente
Que já não via estrelas no quadro negro

[“Hipnótico
                             Contigo”]

A brisa noturna quase me fez esquecer
De enaltecer os pares de círculos
As esferas redundantes dessa noite
pegar-te-ei com meus dedos

[“Batimento
                             Acelerado”]


Sobre a bênção de Vênus, eu me separo
E você em voo rasante se despede
Ao passo que não me desfaço das asas
Do odor de carne, da saliva e do abraço.

[“Bendito
                               Corvo”]

Hugo Barros