quinta-feira, 20 de abril de 2017

Resenha do Capital

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Não desenvolvo, não me esforço
em produzir o que consumo
mas quero todo insumo
que não me deixa mal.

Não tenho 'a força'
que valora o que vendo
mas até te repreendo
se você fizer igual.

Eu não trabalho,
Eu apenas especulo
o meu labor é nulo
mas acumulo de geral.

Não vem com essa
de pedir uma melhoria
não tem reforma que um dia
desintegre o capital.

Não sou dos bobos
tenho sempre ao meu lado
o 'camarada' estado
que torna tudo legal.

Nascemos juntos
e sempre assim seremos
um e o outro querendo
ganhar sobre o laboral.

Pra sempre unidos
não importa erguer a taça
toda eleição é farsa
só modula o serviçal.

Pois continuem
a dançar na passeata
que nenhum nó se desata
tudo fica no normal.

Façamos isso
vou fazer o que eu sei
Todo roubo vira lei
no clima neoliberal.

Faça silêncio
e aperte o parafuso
aquele que ta confuso
logo irá pro espiral.

Mas pera lá
não usem da violência
até a esquerda 'sensa'
é contra o radical.

Que diabo é isso?
pra quê esses molotovs
vou puxar o meu revólver
e a força policial.

Mas que doidice
se defendem com firmeza
eu já tô na incerteza
de como vai ser o final.

Coffee

Sonha

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Tenho todos os bons sonhos do mundo,
para um momento único,
de um tempo destilado
em afeto e trabalho
sendo o todo do traçado.

Este sonho sonha o mundo
e o mundo sonha junto
mesmo que a vida, engodo;
no diário de resistência
se almeja o sonho o tempo todo.

O que se fala; o que se diz
do sonhador, de ser utópico
mas por aí que o 'caminhado',
torna o sonho força motriz:

Sublevando todo explorado,
ao rebelar-se, organizado,
em unidade, radicalizado
pra quem sonha o mundo
e o quê o mundo sonha
sejam rapidamente alcançados.

Coffee

Labor de revolução

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Quero todos Janeiros possíveis,
para toda possibilidade de organização
mesmo que o tempo mude,
que o mundo desintegre
e se refaça em mesma formação.

A todo vapor, acesa a chama
incessante, incansável, incólume
e lume contempla palavra, ação, desígnio
quero todos janeiros possíveis
para não querer mais nada.

É sempre tempo do necessário,
toda hora é momento de conspiração
versa o poema pelo avesso da história
e para jamais se tirar da memória
o labor indispensável de revolução.

Coffee

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Se ligue

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Sufoco

pelas janelas cerradas nas celas que nos encontramos,
encarceradas e encarcerados ...
no auge do tóxico consumo máximo, no mínimo nexo lógico.

Ilhas caladas, vagando no oceano fluído
no início, sem fluxo
mas ordeiramente orientado

Sufrágio, silêncio, cilada, silêncio, socorro, silêncio, silêncio ...

Em cada desatino, repousam urros, vozes fortes
aparentemente "cansadas", reside o piro, o óleo e o motor
É correr no risco, para o inflame,
para que lume e chame e enxame
tudo em luz e lucidez

Silêncio? Se ligue

André Café

Que assim 'chuva'

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É pelo imprevisto, com visto para ser criança novamente
é pelo atropelo de empurrar tudo pra mais tarde
é na vida seca que se pede a chuva
como cura, vindo cara e necessária

Em cada fileira de lágrimas
goteja cura, pra dor que não se vê
com o pé no asfalto piscina
pipocando de bem querer

É no desaviso, ou no atraso, que se para
demonizando, mas resplandecendo o momento
parece que brinca com refletir o tempo
e a gente se lembra de tudo o que deixara

Um poema que diz nada ou que não atiça
mas que veio, feito insight, me abraçar

Enquanto o canto do telhado ensaia alto
aguando o tempo e os problemas; e a chuva, passar

André Café

Pa lavra

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Eu, calabouço de culpa última imediata
não se sabe onde desata o pranto a cair
e rir do impossível é remédio doce
apetece mas anuncia o silêncio do devir

Palavras travam batalhas entre os dentes
e a morte a mil pela garganta
sopra-se o silêncio e suspira-se em sinapse
com a gélida alegria dos porquês de quem canta

André Café

Aresta

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De dias que me esqueço
como conto da vida é difícil de decantar
o risco, longe do papel e tinta
cada traço olvidado de marcar

Diluindo, no último vagão, no meio da viagem, ao acordar,
para frente para sempre, no pestanejar ao ligar ou sucumbir,
ao esfacelar, devorar, comer, aspirar ou dirimir
cada silabada poética ao acaso

Recolho os retalhos recontado
e há dias não sou poema
e havia uma poética aresta
entrelaçada no âmago daquilo que se foi, ou não será.

André Café

Se acaso eu contar

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Se acaso cantador cerrou
a sua voz no fim do ardor
o verso diz: silenciou
pra se esquecer do que ficou

Enquanto o canto encanta a cor
do canto frio onde se deixou
a carta vinho tinto sangue dor
do conto assunto assalto o amor

E o frio, piro u-se calor
o fogo afeta até a tenra 'bruta flor
do quereres' te quero afaga meu pavor
e cala-me depressa como teu torpor

André Café

Sobre 8 Efeitos

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Já te falei do infinito,
do limite que se quebra
para além do sentir poesia.

E lá se foram tantos "raiar o dia"
numa mistura que imita a beleza mais complexa
em seus tracejos, desejos e delitos.

E já somos dito, no envolvimento de emanações
um salto, um surto, um solto junto abraço
no enlaço em que se cala a solidão.

Então já extrai de tudo o que é ruim, o bom
no doce querer ver a vida pelas nuances
caminhando ao sabor do tempo, sobre as reinações da felicidade.

Poesia ao infinito, oito, mito, mirração
do peito que arde afeto e alegria
sejamos a filosofia de nossa tensão

André Café