quarta-feira, 10 de maio de 2017

Minha mente, inimiga pessoal

Imagem relacionada



Minha mente,
Inimiga pessoal

Traça caminhos para meus passos em falso
E cada beira de poema pelas esquinas
Anima e retira a cor num baile miragem
Operando o silêncio praquilo que nem fora

Eu quero canto e versos,
E colho paradoxos e letras inacabadas
Amores de tarde fria, numa nostalgia impertinente
Sufocos secos embebidos de outrora

Diariamente no dúbio suspiro
De resistir ao não pensar,
Pensando em evitar vil sabotagem,
Para milhagem por nova memória

André Café

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Negras tormentas podemos ser

Resultado de imagem para trabalhador rural revolta



Negras tormentas podemos ser,
pelo abalo necessário dessas estruturas;
não há cura para esse sistema,
endemia de exploração

Nosso povo é sempre a mira,
nossa resposta sempre crime
seguir assim então por quê?
se esse modo reside em nossa 'tração'

Nossa força para nosso mundo,
nosso esforço para o invisível
nossa mente para o possível
caminhar em revolução

André Café



Manda notícias

Resultado de imagem para negra e negro abraçados



Manda notícias!

Fala das rotas situações que tanto te afligem,
nesse diário louco de sobrevivência
que nenhuma ciência encontrou solução

Me diz o que se passa,
do acordar ao anoitecer do teu peito,
pode me falar coisas óbvias,
pode soltar todas tuas prisões,
fala daquilo que te emociona
e você guardou no esquecimento.

Eu também tenho todos problemas,
eu choro, eu sinto ódio desse sistema;
um pouco de mim não sabe lidar,
mas um muito deseja que não temas,
pela mesma razão de saber que com você
não estou sozinho.

Pois me fala, me escreve ou mentaliza
pra que a gente atenue as corridas e desesperos,
num costurar de apoio e de cuidado
me fala, mesmo que se faça apenas silêncio
de nossos abraços, dos nossos temperos,
que amenizam nossos desassossegos

André Café

Nossa própria força destruidora

Resultado de imagem para povo negro



Risco ...
perambulando pelas vias;
veias rasgadas, vidas veladas
de forma sutil, ser natural,
com perversidade opressora

O olho, o soco, a mira arma o mesmo rosto
Tá na pele da farda, tem o sangue nas mãos.
Extermínio é parcela que fecha conta
para o resultado calado do mundo bom cidadão

Não somos crias para o mundo das clarezas
somos então números, aparências, porcentagem,
ao som de palmas marcadas de limpeza,
sobre mesas que decidem nossos rumos

Não há caminho por essas estruturas,
não há sentido de se aquecer em miragem
é nossa própria força destruidora
que nos levará para além dos muros.

André Café