domingo, 13 de maio de 2018

Esse poema não é pra você


Fiz uma carta e espero que não leia,
montei uns versos e espero que não sejam pra ti,
escancarei as janelas para o fecho,
achei notas que não são tua canção, nem frenesi

Eu viajei e senti os teus não beijos
eu marquei o dia para não te ver,
eu deixei a carta em outro endereço,
eu me interesso pelo que você não quer saber

Eu queria apontar 'proutro' rumo
e deixar tua sombra na saudade
eu desejo que tu andes longe de mim
para que eu me engane com mais sobriedade

André Café


Sobreaviso

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O teu riso e minha prisão,
desde que vi então, me apaixonei
e já o não sei é resquício
daquilo que jaz, quando fito
o infinito, num instante;
é o grito errante, que murmura o silêncio
paro, penso e leve
 eu sou regojizo
do sonho qual embriaguez;
do simples olhar, talvez,
da cena, de sobreaviso

André Café

Faz tempo que poesia


Não sei quando eu perdi a explosão da vida,
e meu corpo em cada canto e extremo
ou em cada passo de silêncio
sentia, porquanto exauria, a necessidade de ser

E fui, como na centelha sem fim,
mas no fim, num apagar das sombras,
amuei, quase comedido em dizer
que aquilo era eu sendo, deixando de ser

Não sei se são as velhas rotas,
ou tortos caminhos que me despeço
ao tempo, uns amigos vão ao longe
e fazem trajetórias de ciclo,
sou eu, meu âmago e o infinito
circulando na velocidade mil
se estendendo até o reduzido sentido de humano ser

André Café