segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Muta





Não quero ver sentidos novos em roupas velhas
se necessário for, retalhem-se para o desconhecido
não há necessidade de agasalhos para frio
a chuva é quente, queima a língua e arde os brios

A gente existe e metamorfose,
sem porquês para inércia na história;
sem talvez para muros e fronteiras,
nem eiras para tingir de memórias

É sopro intenso e forte,
pra todo sul de um norte
Ruínas antes perdidas
são barro de base erguida
da nau que aponta à sorte.

André Café

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Poesia que outrora

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Um poeta dorme;

No papel aceso, as letras garrafais.
Ferro e fogo distorcido,
cura em ódio, pelo turno de viver
Não dá mais pra anoitecer.

No rascunho grafitado em murais,
o verso valente no coral corrido;
firme, fugaz, direto, sedento,
contra o crivo legal de silenciamento.

Com fábulas despedaçadas dos vitrais,
o corre poético que outrora esquecido,
revive no fronte, teimoso em reerguer
a força invencível, do todo querer.

André Café