terça-feira, 24 de setembro de 2019

Sonhos

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Todos os sonhos do mundo,
como uma mensagem clichê de fim de ano,
palpitam nas últimas badaladas em meio peito.
Caberiam agora, neste solo fúnebre?
Venceriam, nestes términos tristes?

Alcançaram, ainda vivos, outra época,
que talvez desconheça a fina flor do mutualismo;
vagueiam, quiçá, atrás de uma canção solene, mas ao mesmo tempo, arrebatadora,
que possa ser um silvo para os gritos de um mundo outro, desabrochar de cinzas e metal;
mesmo que a secura inflame o peito
na vontade de não respirar.

A dor e o tempo, o caso e a solitude, remédio e o preço,
a febre e o laço, o sumo e vazio, o encalço e o espaço.
Para qual terra, para qual gente compartilhar este punhado maltrapilho de amanhã?
Cessa o pensar, no autômato andar, que podem sugerir o último silêncio ...
ou o começo do fim, no fim do começo.

André Café

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