quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Festejo

 



Dez e nove...


'Quanta agita', gira de afoitos afetos.

Entre o salobro, o manifesto da lama, a erosão sintaxe,

o semear magia, noites e dias de sarau visceral, de lambe, cor e carne,

gritando ao sereno, fogaréu do corisco, a histeria de subversão.


De ti são tantos que vem e vão, que foram e será, daqui e além aka;

monto um varal de ciranda e sorrisos, 

vem prantos dos risos que já foram rodopiar

nos cantos onde não cabe existência singular.


Calcinhas que dançam, florestas de beira

dez e nove horas de um relógio que não marca mora,

que não cobra tempo,

que não, não vai embora.


Do 8 ao infinito são léguas,

da Barrinha ao Espírito Santo são efemeridades eternas;

do risco à permissão, o ponto do canhão,

germinando axé, cantoria e rima; 

tu, menina, que fez o chão do nosso encontro,

do coreto ao conto, donde voamos em rebeldia e pousamos na saudade;

e na certeza;

dez e nove ciclos de gira: 

poesia, festejo da presença.


André Café


Acordo?

 



Festejo ...


No final da gota de energia

emergem cadentes as letras;

na calma que pede pressa,

conversa que não se diga

a mola que enguiça a prosa.


Sílaba por cento de fatos:

do silêncio que confesso

o querer mirar o verso

e sorve a rimar, esgrima:

golpeia a beleza da rosa.


Difícil traçar o rabisco

no leito daquilo que se foi

ou o que deixou pra depois

descansa a gira

sonhando em furiosa.



(André Café)