domingo, 7 de fevereiro de 2016

Para entender


Em mensagens ditas, olhares ou gestos,
o decifrar de cada esconderijo teu voa ao longe,
mas não desanima,ou enlouquece:
um riso no rosto, pelo roto caminho desconhecido,
traduz-se mais e mais numa paixão, para poder o sim
ter efeitos de sim, mesmo que suaves ou momentâneos

Desse dizer afirmativo, explodem em silêncio
oráculos, mitos, segredos e nada mais; ou quase tudo
no mudo processo tentado a tantas léguas de corres
aquilo que me socorre, é tinta, suor e radicalidade:
os muros cospem a verdade
daquilo que eu sempre soube
e sempre desejei saber

O jato no ato é tão forte que espalha ela na tela;
não letras, não poemas, mas boca, cabelo, mulher
ela é o spray do dito gritante, na fagulha do tijolo,
na centelha da noite proibindo,
e na garganta embebida de subversão
então, falo pra ti, parede, muro, ciência
não pensa sobre isto; existo em gostar
e aprecio, as palavras não ditas
refletidas no jogar

André Café

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