Na escuridão nada há de estranho
Pois lá resido e me encontro,
E me ponho no vasto infinito
Ao lado de um corvo.
[“Fique
comigo!”]
Na noite de mais profunda contemplação
O corvo traz uma luz fosca, quase boba
No que fito olhar – e não em vão
Que a lânguida leveza enaltece
[“Trago
consigo!”]
As penas negras me seduzem funebremente
E no olhar negro, Raven – O corvo
Feitiça calmamente ao prepotente consciente
Que já não via estrelas no quadro negro
[“Hipnótico
Contigo”]
A brisa noturna quase me fez esquecer
De enaltecer os pares de círculos
As esferas redundantes dessa noite
pegar-te-ei com meus dedos
[“Batimento
Acelerado”]
Sobre a bênção de Vênus, eu me separo
E você em voo rasante se despede
Ao passo que não me desfaço das asas
Do odor de carne, da saliva e do abraço.
[“Bendito
Corvo”]
Hugo Barros
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