Papel, caneta, livros
Quantas coisas foram feitas pra fugir?
Tv, computador, cama
Quantas coisas foram feitas pra confundir?
Sorrisos, abraços, beijos
Quantas coisas foram feitas pra iludir?
Sobre ser de verdade:
como é que se finge?
domingo, 30 de junho de 2013
Naquela flor faltam pétalas
e sua cor parece manchada
Naquela cadeira faltam pernas
parece feia, suja, quebrada
Aquela letra parece dor
fala de amores, sal e lágrimas
E todas as coisas tortas, quebradas, manchadas
eram também um pouco dela.
Jogadas, maltratadas, renegadas,
ávidas por um pouco de afeto!
e sua cor parece manchada
Naquela cadeira faltam pernas
parece feia, suja, quebrada
Aquela letra parece dor
fala de amores, sal e lágrimas
E todas as coisas tortas, quebradas, manchadas
eram também um pouco dela.
Jogadas, maltratadas, renegadas,
ávidas por um pouco de afeto!
condicional
Ah se você soubesse o quanto que eu sou triste
e como todas essas coisas me afetam tanto!
Ah se você soubesse como sou sensível
e como é cheio de pesar o meu pranto!
Ah se você me olhasse e me enxergasse grande
e como dói ser assim tão só...
Ah se alguém soubesse...
Ah se alguém olhasse...
Ah se alguém me amasse...
Eu seria melhor.
e como todas essas coisas me afetam tanto!
Ah se você soubesse como sou sensível
e como é cheio de pesar o meu pranto!
Ah se você me olhasse e me enxergasse grande
e como dói ser assim tão só...
Ah se alguém soubesse...
Ah se alguém olhasse...
Ah se alguém me amasse...
Eu seria melhor.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Até onde não dá mais
Até onde deu
Má alimentação
Falta de educação
Falta de compaixão
Pra completar estas rimas
Troquei voto por pão
A fome é soberana
Parti em corrida desesperada
Mas minha paciência ficou
No ponto de ônibus
Desolada e desamparada
Acho até que morreu
Talvez numa fila
Do serviço público
Por isso é que não tenho paciência
E jogo coquetel molotov
O povo não quer mais ser figurante
Há muito tempo sou figurante
Stallone o demolidor
A revolução saiu da telona
E dos livros de história
Porque me deixaram com sede
Porque me deixaram com fome
Me esforcei pra valer
Pra resistir, mas não dá mais
Joguei pedra na polícia
Que faz parte do povo
E do polvo
Tentáculos armados
Do monstro sist cefalópode
Cães treinados, obedientes
Sinto muito por vocês
Militares ou populares
Qualquer um que não tenha vontade própria
Preparo o terreno para o plantio
Com fogo
Queimo tudo que não presta
Pra semear algo bom
Sinto muito irmão
Isso aqui é protesto
Não é procissão
Só falar não adianta
Vá numa urgência pública
Veja o povo sofrer
Veja o povo gemer
Nem gritar adianta
Não dá mais
Não dá mais
Não dá mais
Polvo, burgueses e aristocratas
Gordinhos de pele macia
Vocês me fizeram esse monstro
Estou indo aí devorar vocês
Visite o blog: http://poesiatuttifrutti.blogspot.com.br
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Lázaro
Viva Senna!
Deitado no leito de quase morte,
um sopro, uma voz de esperança
mudava seu rumo, a sua sorte,
Renascido nos braços, uma criança.
Descarnado de um corpo já sem força,
um grito, um tufão de resistência.
Proteção no ventre de uma moça,
a salvo de toda violência.
Fruto de conspirações divinas,
sonho de menino, e de menina,
vontade que o futuro reserva
Mas que por ora simplesmente se preserva,
constrói outras vidas, outros sentidos,
espíritos que só querem andar unidos.
quinta-feira, 6 de junho de 2013
INSPIRADO TEXTO
GOSTARIA DE DIZER TUDO AOS LEITORES
ALGUMA BRILHANTE PALAVRA MULTICOR
SERENO DA NOITE INSPIRADO DE ODORES
NUM ÉLAN VITAL DE INCENDIANTE ARDOR
EM MOVIMENTOS DE PERDER OS PUDORES
ENCONTRAR E VIVER A POTÊNCIA DO AMOR
ROMPENDO ATOS ENCENADOS POR ATORES
DANDO AO TEXTO O ENCANTO DUMA FLOR.
Alderon Marques
Dia 06/06/2013
quarta-feira, 5 de junho de 2013
afogue-se-puder
Lave a alma,
leve a calma,
carregue o que quiser.
Molhe, sufoque, afogue-se-puder...
E se precisar sair, suma.
Se precisar cair, bruma.
Mas de maneira nenhuma acostume-se
Chegando aos poucos e de mansinho...
Palavras baixas, devagarzinho...
Tecendo estrelas entre céu e horizonte...
No holocausto do caos
GIROS FLAMEJANTES
Gestos de malabarista,
Movimentos sem igual
Cadência que conquista
Aplausos... “Sensacional”
Ora poi’s dançam na praça
Ora poi’s dançam na praia
Habilidade maori espraia
Alegria mais que de graça
Giros flamejantes pelo ar
Olhares diversos cativar
Quem jogou primeiro?
Foi Jacqueline Pinheiro.
Alderon Marques
p/ Jaque Pinheiro
Dia 05/06/2013
CONECTADO
ONDE ESTÁ DEUS?
TÁ NO SEU LUGAR
NO MEU CELULAR
OU ESTÁ NO CÉU?
WI-FI NO CEMITÉRIO
NÃO É UM ABSURDO
CONECTADO A TUDO
O GRANDE MISTÉRIO
SIMPLES É UM VERSO
DE ENTENDIMENTOS
ILIMITADO UNIVERSO
DE CONHECIMENTOS
ESTE É O MOMENTO
SIM, PODE-SE FALAR
HUMANOS EXPLORAR
NESTE FIRMAMENTO
QUE DEUS ESTÁ AQUI
RESPONSABILIDADE
E É CADA UM POR SI
FALTA DE CORAGEM
MEU DEUS, POR FAVOR
APAREÇA NUM INSTANTE
ESCUTE NOSSO CLAMOR
SEJA BOM O BASTANTE!
O GLOBO DA MORTE
PINÁCULO DA SORTE
SURJA NESTE POEMA
ENUNCIADO SEU LEMA
EU SOU AQUELE QUE É
TU ÉS AQUELE QUE VÊ
TU ÉS AQUELE QUE LÊ
EU CONECTAR A VIDA
Alderon Marques
P/ as “Transtornadas”
Dia 05/06/2013
CAMINHA, CAMINHA
FUTURA
CAMINHANTE
MILITANTE
PRESENTE
PRETÉRITA
MIGRANTE
PORÉM
CONSAGRADA
ATÉ
XILOGRAVURADA
PASSO A PASSO BREVE
CARTA QUE DESCREVE
NOSSO PAÍS CAMINHA
POR ILUSTRE PERO VAZ
PARA
ONDE VOCÊ CAMINHA?
UM NOVO MUNDO ADEMAIS
SE LHE “BATE” O SONO
E SE DESEJA O SONHO
PARA A SUA “CAMINHA”.
IR A OUTROS LUGARES?
INSPIRAR NOVOS ARES
PELO LITORAL VIAJAR
E NO BRILHO DO LUAR
O DESTINO LHE INTERESSA
NESSA VAN EXPRESSA
MAIS TERRAS CONQUISTA
MONUMENTAL BELA VISTA
E ASSIM
GIRAR, GIRAR
VERTIGEM A SILENCIAR
NA TUA PENA A ESCRITA
DE UMA NORMA CULTA
ORTOGRAFIA PORTUGUESA
QUE UM DIA COM CERTEZA
HÁ DE CONTAR UMA HISTÓRIA
NÃO SEI SE REPLETA DE GLÓRIA
MAS DE ALGUÉM QUE NÃO PARA
DE ALGUÉM QUE MUITO LONGE
CAMINHA, CAMINHA E CAMINHA
POR
ALDERON MARQUES
PARA VANESSA CAMINHA
DIA
05/06/2013
REVERBERANDO
POR QUE DORMIR?
POR QUE ACORDAR?
POR QUE SENTIR?
POR QUE AMAR?
VEJA BEM! DESPERTE
APROVEITE E CURTE
OUVE A SONORIDADE
QUANDO NÃO O SILÊNCIO
REVERBERANDO O NADA...
ALDERON MARQUES
p/ Rosseane Ribeiro
DIA 03/06/2013
Cálculo renal
(Ou, do atalho para o caminho mais distante entre a tinta e a sua cor)
A mão que cria
dá brio ao inusitado
e concomitante espaço
onde toda pluralidade
não passa de engodo
e ressonância atravessada
de discursos inteiriços
pouco dispostos à confluência
timbres renitentes
em indefinidos toques
"Volta o cão arrependido"
volve a vulva nesta chuva
relampeiam clarões
quem entender algo louco estará
quem buscar entrelinhas em entrelinhas
tempo perde
Antes da noite
e depois do morno amanhecer
as pressas continuam a conduzir as vidas
os passantes concatenam
ludibriados com a distração
Isto não é poesia.
A mão que cria
dá brio ao inusitado
e concomitante espaço
onde toda pluralidade
não passa de engodo
e ressonância atravessada
de discursos inteiriços
pouco dispostos à confluência
timbres renitentes
em indefinidos toques
"Volta o cão arrependido"
volve a vulva nesta chuva
relampeiam clarões
quem entender algo louco estará
quem buscar entrelinhas em entrelinhas
tempo perde
Antes da noite
e depois do morno amanhecer
as pressas continuam a conduzir as vidas
os passantes concatenam
ludibriados com a distração
Isto não é poesia.
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