sábado, 13 de junho de 2015
Coletiva poética
O papel tem fome,
eu sinto urgência
em derramar-me para sobreviver
num sopro desgostoso de querer
O Sol encastelado,
é meia-vida;
passam carros, ideias, amigos, certezas
não importam as cartas sobre a mesa
E tudo me sorve,
por qual bueiro sedento serei tragado?
a sobrevivência resiste, até o próximo verso
e eu sem saber como esses inversos me reversarão
Sobre a história do mundo;
esse mundo que não queremos
mas sozinhas, jamais teremos
um lampejo sequer de outras possibilidades
Seguiremos, em sufoco
os ombros doem, mas a dor é fogo
garantimos, mesmo que em punhados, cuidado
não seremos nós que abandonaremos o lado a lado
Chora, despeja, abraça
o papel, o texto ou fumaça
cá estamos, em reenergia
para que o mundo possa ser um novo dia
André Café
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