quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Nos moldes dos caminhos

 


Olho mundo; chama cria:

os encantos do pirografar em centelhas de cosmogonias;

as raízes, suas histórias e louvores,

cantam modos, ensinam versando, rimando magias.


Carregamos a flâmula, somos arte e olaria:

da lama, caos, convicções e ética: 

cinzas que adubam o florescer

no solo da consciência e prática


Lume move e fortalece,

pelas mãos de nosso labor.


"Afervilha", expande, aquece

a premissa do pavor


Rebuliço, alvoroço, cerração;

é barulho que antecede a brisa.

E o pavor sublimado ao alívio,

num fio de fim de tarde que avisa:


O fogo que atiça o pavio,

agora prepara o alimento;

foi faísca de combate e ruína,

mas é molde de base e firmamento.


André Café


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