terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Por esse tempo


Quem chama de tempo
os instantes escorridos desses dias?

Corremos, num time que trememos:
não cumprir, desviver, atrasar, perder
o tempo parece nunca ser; já foi, era
enquanto o timoneiro aflito da rotina
teme temporizar sobre segundos perdidos

Segue, siga a saga e a sede que suga
tempo, já dizia outra poesia,
não pode ser o jazigo;
traz consigo,
o olhar, o vivenciar, o lutar por outro mundo,
o cuidar mútuo, o ombro a ombro, o amor e o devir,
caindo vagarosamente
pela ampulheta das vontades:

tempo é gerúndio
e que corra assim, toda realidade

André Café, em referência `poesia Tempo, de Miguel Coutinho

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