A minha distância teve uma razão de ser. Entretanto, ainda que eu mantivesse distância, nunca deixei de te amar (agora de uma forma diferente, equilibrada, sem apego. Porque passei a cultivar o verdadeiro amor por ti, aquele nutrido pelas pessoas mais queridas, independente do sexo, idade, status sociais, etc).
Se eu achei necessário me afastar de ti, foi porque entendi que não podia seguir em frente sem que eu resolvesse questões do passado, sem que eu extraísse das entranhas do meu ser a doce ilusão de um dia tê-la ao meu lado, em definitivo.
Esse tempo foi tão importante para que eu reorganizasse minhas ideias, no sentido de chegar a conclusão de algumas verdades notórias as quais as vaidades não permitem que as vejamos, quando não nos permitimos retirar a consciência do centro dos acontecimentos.
Hoje, decidido em minhas convicções inabaláveis, apossei-me da veracidade da lógica da vida e me despojei das fraquezas e do apego, este sentimento atroz que tanto tem acorrentado meu coração e mente. Estou, enfim, preparado para reestabelecer a amizade, único sentimento que não deve findar entra nós, e deveras, nunca feneceu; foi o inexorável ressentimento (produto da incompreensão, entre outros sentimentos baixos, indignos do ser humano que se encontra adiantado na senda da evolução) que ousou amortalhá-la; durante algum tempo ele exerceu sua malévola influência sobre mim. Agora não mais. Tal realidade se verifica através do restabelecimento do fluxo energético de emanações positivas que tenho enviado a ti de um tempo para cá.
Foste grande na minha vida enquanto esteve ao meu lado desempenhando o papel de amante, amiga e namorada, e não é agora, depois dos laços de amante e namorada terem se desfeito, que perderás tua grandeza. Não mesmo! O velho ressentimento não foi capaz de varrer para o pântano lodaçal e pestilento da incompreensão meu amor por ti. Mesmo porque este ressentimento, que no início era tão poderoso e imponente e que era capaz de manter-me no cativo dos domínios de sua vontade, feneceu envenenado pelo próprio veneno mortal.
Acredite, readquiri a leveza que me era mante perfeita outrora, mas que, todavia, desvaneceu ao ver a sua partida e a dispersão do amor visceral que ora alimentou por mim. Sinto-me recobrada a razão. Sinto a razão e o coração andarem de mãos dadas, ainda que timidamente. Espero que os lações de união se intensifiquem entre eles para progresso da minha alma em todos os aspectos.
Não se preocupe mais com meu estado e nem cogites a ideia de eu ter matado algum belo sentimento que cresceu e floresceu enquanto estivemos juntos. O pulcro sentimento que nutro por ti não perdeu a sua característica, isto é, ainda é muito forte, lindo e verdadeiro; e com uma vantagem, sem aquele invólucro energético de cobrança imposta por um autoritarismo déspota comum a uma relação amorosa imatura e desequilibrada.
Para ratificar tudo que foi dito acima, peço-lhe desculpas pela incompreensão, pela distância e por fomentar em ti a suspeita de que eu perdera o carinho, amizade e o amor que tão puramente alimentei no recôndito da minha alma.
“O verdadeiro amor [...] independe das circunstâncias, das dificuldades, da vida e da morte. Simplesmente existe, e não sofre com as situações desfavoráveis. [...] O amor condicional [...] dá espaço ao sentimento de cobrança, aos ressentimentos, às mágoas, tornando os indivíduos escravos do passado e de outros indivíduos.
Esse nobre sentimento de amor deve existir, entretanto, livre das situações condicionais. Deve ser sentido sem possessividades, sem vinculações íntimas, unindo libertadoramente e, mesmo quando dimensões diversas ou planos diferentes de existência separarem os indivíduos, poderá ser vivido através da união cósmica dos grandes sentimentos, no sentido da Grande Unificação.”
30/07/2012
Às 23:25
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