quarta-feira, 17 de abril de 2013

Genética da poesia: frases soltas e conspirações



Me transportando ... leveza com suave sabor de agitação grão a grão, passo a passo, tempo e tempo
ao que sinto o universo molecular que respira em cada um, e outro e anum ao que sinto miscigenar a sujeira, com o barro, a cal e o carvão. Misturando-se coloidal, volátil, na carne e no verso

Quem sou produtor? Quem sois produção? Quem somos nós tão juntos? De onde vamos para onde viemos? Somos em senos, tangentes e perpendiculares somos mares de aminoácido, coarcevatos, caldo multicultural de vidasomos vida, somos ida e partilha; e voltas e trovões, revoltas e canções
espiraladamente somos

O ser que se transmuta e em cada quadro se colore ou desbota, fecha e abre portas, catando da remela caramelada do canto do olhar profano, a rima jogando pra cima num cisco de segundo, para no fundo do ventre fazer cadeado com céu e com chuva, com relva e noite, com aromas e sabores, deixando ser, deixando acontecer, formando junto ao barro que me forma, deformações, radicais livres

Eu me partilho, me dilacero em tantos ramos, conectando-me proteicamente as ramas e raizes sem diretrizes num abraço visceral entre essências e poemas

André Café

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