sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Rotina se quebra
Sabe como é, tem dias assim:
é quando meu olho mira o céu
e o corpo se arrasta no asfalto
nem mesmo lá do alto me vibra
Garganta e nó, passos rasos
largo e profundo, destino de cruz
rumo aprendido, remendo amarrado
vontade, resquício, olvide saudade
Há quanto tempo um tinto;
com sangue se movem as palavras
quiçá um poema nasce
ou uma revolução se inflama
Mais que qualquer peso de rotina;
o verso é o engasgo impensado
se poeta em completude não é
poesia explodida assim será
No traço rabisco
aquilo que fito
é meia verdade
busco o risco
de 8 ao infinito
da outra metade
André Café
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