Fim de tarde ou de noite,
aquele abrasador conhecido;
vento de paragem, céu sem milhagem.
Aponta para o universo o
incerto destino de andança;
apenas mais um jovem nas
aventuras de devorar praças e passagens.
O ardor sempre esteve, mas
adoçado com calmarias:
da Frei pro Mocambinho, Saci
ao Promorar,
cai a noite nas calçadas, pra
esperar a brisa do norte,
o fervor no último gole para
depois a gente sonhar.
Passa ponte, pinga lento, o
menino ganha as ruas;
ainda sente o verde, o cheiro
manga rosa, o detalhe de cidade.
Não que o urbano capitalizado
já não devorasse sentidos, espaços, pessoas,
não que o aperto imposto não
sangrasse nossa vivacidade.
Tão pouco tempo levou à
quimera e transrupção;
a cidade engole as crias, no
silêncio e invisível.
Atua para as torres mortas,
amua para contradição:
amor, ao concreto; blasé, aos
ritos dos povos vivos.
André Café
Tedd massa dms
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