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Já não são trocas de turnos,
cada dia mais a paciência com
sono é uma derrota previsível.
Sonhos desfigurados em poucos
segundos
não sustentam mais o corpo:
morada da sede infindável.
Quanto tempo leva para se
esquecer o instante?
Dobram-se ao meio e aos
quartos partículas de quintessência
enquanto a massa de pesares se
avoluma e toma espaço,
faz-se percalço que se
alimenta do amanhecer.
Segue mais um dia, respostas
sem questões e condições contraditas,
melodia de um réquiem às
avessas que regozija da aflição:
sons secos do amargo calor,
que respingam no peito com vontade,
invadindo a mais vil
sobriedade, semeando o mais coerente dissabor.
André Café
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