segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

À luz da lua




Naquele exato momento, a lua estava escondida, e eu a procurava. E sentindo a minha presença e ânsia da procura, a lua passou a procurar-me também. Ficamos frente a frente. Ela iluminando-me com uma luz mágica e eu a iluminando com o copo de cerveja que tinha às mãos.

Disputava comigo mesmo, o olhar à lua e o olhar ao copo de cerveja. Tentava não ser favorável a nenhum dos lados, queria só ficar ali e assim, por toda a vida. Sentia a paz de ser o que sou. Conversava sobre a inquietude do progredir da vida: ter que nos tornar o que não somos.

Ao fundo, vozes cheias de notas musicais, a equilibrar-se sobre o ritmo de Surfando Karmas&DNA. Presenciei abraços e declarações de amor.

A vida é grande, é mais, é bem maior do que pensamos. A vida é sentir. Viver é viver sentindo. As cadeiras vazias ao redor, no meu pensamento se associaram às pessoas que sentia falta em minha vida. É como se a vida fosse um conjunto de mesas e cadeiras. Era como se eu fosse a mesa, e sentisse falta daquelas "cadeiras", que na verdade são pessoas.

E cheguei a uma revelação: Estou em busca do ser interior. Estou a um pulo do precipício de não aguentar mais tudo ao redor. Estou em busca de mim.

E as pessoas nunca saem da minha mente, se não consigo dormir muitas vezes, talvez seja minha mente buscando-as, farejando-as, ressuscitando-as, renascendo-as, implorando-as.

A minha mente quer equilibrio. Quero calmaria.

(Iúna Gabriela)

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