segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

De madrugada, a gente é assim, ar, dor II: não tem pressa essa nostalgia


Um dia cravado noutro
que renascemos e morremos
no movimento da luz e da noite

É manhã quando abrimos o tempo dos olhos?
e ao fechar o olhar, jaz o sofrido viver?
num pulo, num instante, foi mergulho ou avoante?

De madrugada, tenho invertido a vida
se sou noite, amanheço
renascido sobre a fome
e ao dia e clarões
que me fechem os botões
e que bebam em meu nome

Ceifado, anoiteço
no ponto que gira pro meio,
dia de desavesso

André Café

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