quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
De madrugada, a gente é assim, ar, dor IX: o segredo
Do que é feito cada pedaço de tempo
enquanto a cidade dorme em pesar?
Aos amores, farras, olhares e mil mundos
há de se fazer tudo, há de se desaguar
O risco trêmulo e bêbado
rabisca traços tortos no semblante vão
enquanto o papel se torna o reflexo avatar
lá está toda a minha imensidão
O poema não é o problema
sua morbidez não é pra se sentir culpa
é uma tentativa falha para amenidades
pra disfarçar em riso as saudades
O verso, aquele que tenta me salvar
vem, sem cabimento e medida
mas vem pra dividir, pra ser silêncio
das coisas que me acertam a vida
André Café
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário