quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
De madrugada, a gente é assim, ar, dor VIII: o que fazer das ruas e canções?
Depois a madrugada,
nas músicas que busco saída
pra retirar algo que está em mim
e guardar tantas outras coisas boas
No ritmo de cada palavra,
casada com harmonias que secam a gargantas
os pés famintos devoram direções
ruas, lugares, pilares, paisagens
amenas, quentes, escaldantes
noite, brisa, morro, caminhos
Não se acabam as músicas,
as muitas que não ouvimos juntos
Não me fiz cidade,
há ruas e vilas que ainda não vejo
Por que então, com sublime ironia
toda canção ouvida, todo lugar perdido
são tua poesia comigo?
André Café
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