domingo, 5 de agosto de 2012

Loucarte






Loucarte

Se eu sinto no interior inquietude
Compareço diante de ti sem exaurir
Mostro-me inerte, sem pestanejar 
Que diabos de ego eu quero demonstrar?

Tenaz, sempre aquela voz diz-me:
Seja forte, e firme!
Ah! Quero é jogar tudo para alto!
Sem medir as consequências

Bem, ironicamente expeli tudo que cantava
Das minhas entranhas, e
Andei para aquele antigo precipício
O que faço?

Lá de baixo escuto ecos 
Sem me atentar, quase que desconverso
Olho, como quem desdenha daquele 
Vazio de rochas sem fim

Creio que não me merecem 
Nem para pintar de sangue 
Suas frestas e rugas
Desisti...

Voltei daquele lugar que perde
Em ser mórbido para mim
Garimpo outras formas, 
Outras notas de cheiros
Que busco em sentir

Sem oração, sem coração
Concentração!
Tudo remoendo aqui e clamando 
Pra deixar de existir

Captei, observei bem as frestas
Mas o breu que poderia turvar minha visão
Me mostrou que o problema não está ali, mas
Bem debaixo do meu nariz
E ainda me jogo daquele precipício
Mostro-me digna de respeito

Sociopata, caricata...
De segundo plano a antiga voz 
Se faz iludir...
Confio? Ainda me refuto a ouvir.


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