terça-feira, 21 de agosto de 2012
Poema De Ônibus
Queria nunca ter te amado
Deveria ter deixado meu coração e minhas palavras,
Estáticos quanto te conheci
Gostaria de poder mentir para mim mesmo para me proteger
Pois existem mais feridas em meu coração do que desertos no mundo
Logo, agora nenhuma melodia apocalíptica ou qualquer solo de guitarra desferrolhado
Vai aquietar os meus sentimentos
Queria ser como os bêbados do centro da cidade
Que amam a todos quando estão insolúveis,
E no mesmo instante em que estão sóbrios deixam de amar...
Queria ser como as ruas da cidade,
São pisoteadas, inertes não se movem, não sentem nada...
Não gritam, não choram, não tem alma...
Vivem na luz da clareza do dia, vivem na escuridão e na insanidade da noite...
Fazem de suas únicas imagens e fontes de esperança as estrelas no céu,
E tentam no meio da perdição do cotidiano iluminar a si mesmas com as luzes dos postes...
Vivem todos os dias em seus olhos a morte mas cada instante a engana e se disfarça em
Meio as pessoas de carne e osso eternamente sorridentes...
Queria ser como um Anjo Torto...
Que desferrolhadamente desafina
o coro dos contentes...
Não sei se te amo ou te odeio..
Mas se te odeio vou ter que te amar, e se te amo logo vou te odiar...
JorgeLucaM.
04/08/2011 16:46
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