terça-feira, 24 de setembro de 2013
SOLUNAR I
Esvai-me em teus tragos e olhos vermelhos como se fosse encontrar o vazio de tudo que não fazia sentido. Caminhei em noites estranhas a procura de mim e sempre encontrei o outro, os perdidos, as falsas alegrias a confusão, mas onde eu estava?
Perdi-me no momento que decidi virar ar e fui consumida pela poeira que a brisa quis levar . Os sonhos que eram tão somente toda a base do que eu era transformaram-se em agonia, náusea, inquietar.
Não era mais eu nas rimas, olhares e passos, não era mais eu na boca doce no tato e trato. Olhei e vi versos soltos sem sentido, passos em círculos, olhares descalços, boca seca, tato amargo.
Mas veio o fogo e eu que sempre fui água deixei de ser ar, mantive-me calma , esqueci as horas e resolvi sonhar.
Yana Moura
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