quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Já foi
Vozes já amarguraram o meu amargor
letras cantavam o que não quero cantar
até mesmo os próximos versos
em outrora, dores já se sucumbiam
entre o lirismo e o que acabou
sangue e rima, riso e tristeza
duma sutileza serafim
ao fim de mais uma paixão
Que os versos já tragam no dito
que é verdito o sofrer
porque antes já se choraram e queixaram
mas não que seja minha dor
perante as dores dos tempos
a mais desavisada e torpe
o mais dilacerado desaguar
de pensamentos e descaminhos
Ela é assim por fim, uma dor qualquer
mas que enreda o não compreendido
dum peito ferido de outras guerras
por eras de paz e certezas
nada mais que folias de lei
o que não se sabe que sei
a dor é minha e de mais ninguém
fazendo de mim, tácito refém
André Café
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