quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Máscara clichê


Verdade é espelho refletor da Alma. Espátula do tempo talhando em detalhe nossa marca. Operária da autêntica liberdade, no fundo, é sem base, baseada na voz do coração. Sinônimo sem significado exato, acura um intervalo e outro da razão. Razão não. Rasura despolindo certo ou errado. Pureza ou pecado. Amor ou amargo. Mesclando cores – tom do todo. Acorde de uma Alma só, onde somos sem ser. Quem ampara a verdade abandona a inverdade de si. Reinventando-se. E se assume errante permitindo o acerto de ser errado. Admitindo fragilidade da carne. Derramando inteireza dentro. Venerando paz de Espírito. Tempo de certezas incertezas. Relógio (in)temperal da vida.Verdade é tempestade precisa. Corpo de luz que assegura o caminho. Voz que traz alívio, ferindo. Verdade cura, cortando. Dói, remediando. Afinada enxerga beleza detrás da feiura da rocha. Desvalidando glamour envolvente da margem. Ímpar edifica metade, ainda que metade sustente o inteiro que nos cabe. A verdade assombra sombras; inquieta nossos demônios; liberta do cárcere. Dignificando a versão humana que somos. Conduzir a verdade cabe a quem tem coragem. Cabe a quem não tem medo de oferecer à cara – se doando de corpo e Alma. Perigando título de imodesto por viver. Vivendo audaciosamente sem necessidade de ser. Livrando-se permanentemente da máscara do clichê.

Nayara Fernandes

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