quinta-feira, 19 de dezembro de 2013


Que estes versos saltem pela tua janela
E pousem como um beijo no teu rosto pálido.
Ondas que levam o corpo do naufrágio
Para as ilhas distantes dos teus braços.

Que estes versos te assaltem, quando a noite
Mergulhar no teu leito repleto de sono,
Para o meu pobre jardim, onde rosas sem cores
Passam as tardes costurando os pedaços de mim.

Que estes versos te levem ao palácio
Obscuro e vazio do meu coração.
Corredores compridos onde reverberam
O eco das vozes de fantasmas de outrora.

Que estes versos te sirvam de resfôlego
Quando adentrares na noite sem fim da solidão:
A cidade onde os relógios são de gelo.
A caverna onde todos os gatos são pretos.

Estes versos são meus, mas a eles pertenço
Como todas as velas pertencem ao vento,
Como todas as flores pertencem ao Sol.
Neles me recomponho e deles me alimento.

Que estes versos, enfim, saltem do papel
Como pássaros que escapam da moldura.

Igor Roosevelt

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