sábado, 2 de abril de 2011

De graça, com hombridade




Vivo sempre em um mar-desilusão
Vivo sempre em um mar--a-Deus-dará
Vivo sempre em um mar-do-Ceará
Vivo sempre ao mar-dessa-paixão
Mas ao menos despreso a ilusão
De mentiras, desonras da metade
Sobreponho o certo da igualdade
Vou orando às presses dos carinhos
Vivo sempre no mar de meus espinhos
Superando com graça e hombridade


Eu nasci pra ser célebre curandeiro
Curo o escuro e o raio que é clarão
Nunca hei de ser pouco na missão
Que é salvar corações sem paradeiro
E no peito que o sangue for ligeiro
Remedeio com fúria e com vontade
Pois anseios que assolam a mocidade
São os medos de estar sempre sozinhos
Vivo sempre no mar de meus espinhos
Superando com graça e hombridade


Não supero a distância e me assola
Não supero a vontade do meu peito
Pensamentos de vôo que são sem jeito
Nos meus mundos de enjôo,, não me consola
O meu jeito é sem jeito, um jeito-esmola
Quando alguém de tão longe sem maldade...
Me desperta o silêncio da vaidade
Nessa hora eu me perco nos caminhos
Vivo sempre no mar de meus espinhos
Superando com graça e hombridade

(João Rolim)

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