Eu a vejo em vários lugares diferentes.
Nas flores, na terra, nas árvores, nos pássaros.
Em beijo um roubado, em uma noite não dormida, um agarrar...
Na música do ônibus, na melodia da sua voz, no farfalhar das folhas.
No raio de sol que entra pela fresta da minha janela e me acorda.
No frio da noite, no calor do seus braços, no abraço da vovó.
Em uma criança brincando, em um banho de chuva, no balouçar de um barco.
No suspirar da sua voz dizendo meu nome.
Em um café quentinho, na benção da mamãe, em um xero do papai.
Na missa, no terreiro, na mesa branca.
No homem, na mulher, no jovem, no velho.
No que está aqui, no que está por vir, no que passou.
Na saia rodada da moça na janela.
Na aba do chapeú do malandro que beija a ponta dos dedos das dama-boba.
Tem quem a veja nos livros, em papéis em branco, em escrituras antigas.
Outros a veem nas cores, na luz fugidia do lusco-fusco, na tristeza, na fome, na alegria.
Um sorvete que derrete, no último biscoito, no cafuné gostoso no cachorro. Vejo ela ai também.
No sexo, no amor, na paixão, no enamorar.
Em um sorriso, em lágrimas, na raiva, em uma briga.
Na indignação, na revolta, na luta por causas.
Em besteiras do dia a dia, na corversa jogada fora ao pé do fogão, em um estalar de dedos.
No piscar dos teus olhos.
Ela pode ser vista em tantos lugares, nem da pra dizer todos.
A poesia é onipresente, as vezes é invisível, mas nunca intangível.
Ela está aqui. Ali. Acolá. Pertinho. Longe.
Ao alcançe das mãos e do coração.
Pode parecer que ela não está lá, mas ela está.
Mesmo que seus olhos não a veja. Ela sempre está por perto.
Nos tocando. Bailando em nosso entorno. Nos embalando. Nos despertando.
Deixe ela te penetrar, te tocar, te invadir.
Eu a vejo em todos os lugares.
Onde você a vê?!
(Dalila Cristina, 31/01/2012)
Nem tanto nessa, mas as produções de Dalila Cristina sempre são quentes!!
ResponderExcluirDoda Pereira (Dalila Cristina):
ResponderExcluirOoow Cafezinho, eu tbm escrevo sobre outras coisas, ehehehe. :*