Já cansei dos mesmos
Dos mesmos bares, olhares.
Sentir os mesmos prazeres
Voar nos mesmo ares
Cansei dos mesmos beijos,
Do gosto de vinhos e queijos
De começar as manhãs com teu bocejo
De ter os mesmos desejos
Cansei da saudade
Que o coração invade
De reprimir o que se quer
E tentar descobrir o que se é
Cansei das tuas fotografias
Dos teus desenhos e fitas
De admirar teus sinais no pescoço
De tentar achar uma mola no fim do poço
Cansei dos teus personagens
Dos teus artistas, tua libidinagem.
Da mesma cama pequena
Da tua pena
Cansei dos tragos e fumaças
Chega de tantas caças
De buscas impossíveis
Os nossos heróis não são incríveis
Não há consertos para coisas invisíveis.
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