terça-feira, 25 de setembro de 2012
Contágio
Entre brechas espaçadas do dia,
pensamentos dominam o corpo
e virulenta a alma
com tamanha força desmedida
que nenhuma ciência explica
o conteúdo do ar que intoxica
Substância esquisita
que hipnotiza,
suga a mente a realidades distantes
de abalos sísmicos dilacerantes
e embalos desrítmicos valseantes
Em meio à pós e vazios,
perturba noções,
recria conexões,
do que há muito se desapercebia
Só um nome transcorre nas veias,
só um afago neutraliza a mente,
só um ato toma a tento o querer
pelo tato de dois nós entrelaçados,
percorrendo todo o corpo
e perseguindo nos lábios
mais e mais contágio
Entra, internaliza e confisca,
desfalece todo pensar oposto
que tentar produzir anticorpo,
posto que espaço há só para inter-corpos
e o antígeno de perfeito encaixe
é o causador de toda calamidade
E entre dor e gozo,
cabe aos indecisos do gosto
permitir aspirar o vírus
e perceber até aonde
seu corpo a si pertence
e perceber se o ganhador da batalha
é o freio ou o desejo
Suzianne Santos
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