segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Rios Secos suspensos no mundo do Ar VIII

Rios de palavras, 1987. Acrílica sobre lona, Leonilson

Infiltrada em minhas veias
corre solta sem licença
ora fala de receio
e até do que é alheio
sem saber toda sabença

E circula provocando
dando vida aos meus medos
mas também às alegrias
daquilo que se anuncia
pela língua dos meus dedos

É do meu ser um pertence
que jamais me pertenceu
se provoca sobre mim
sobre meu não e meu sim
mas o dono não sou eu

Te respiro gota d'água
tu preenche o meu viver
entre letras se aciona
faz chorar e emociona
poesia, que bom te ter

André Café

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