sábado, 26 de janeiro de 2013

POLÍTICA COMERCIAL DA REALIDADE



Vendo e compro sonhos!
Pai espanca criança até a morte.
Criança é molestada por amigo da família.
Vendo e compro sonhos!
Alguém quer?
Ecos do sistema!
Lá fora milhares, milhões de máquinas.
Máquinas não têm alma, não gostam,
Ferem com seus engendros de crueldade, de maquinizar tudo...
Todos!
Não pouco, mas muito!
Máquinas roubam!
Muitas máquinas mandam... Vendo e compro sonhos!
Alguém os quer?

Todo conhecimento é  fundamental.
Vendo sonhos...
Viver é perigoso.
Toda idéia revolucionária deve ser radical.
Bula dos velhos sábios!/ Toda palavra e expressão deve se despir.
Compro sonhos...
O Amor é uma faca de dois gumes.
Toda palavra reina sobre o homem.
Todo sistema é uma droga.
Drogas viciam.
Um reino
Uma palavra.
Um homem?
Vazios do caos!
O medo é subtração do que se é.
Todo sistema é imperativo.
Sente-se!
Coma!
Beba!
Ame!
Leia!
Mate!
Foda-se!
O homem mata, mata, mata.
Todo amor feri.
Todo ódio, também.
Vendo e compro sonhos!
Alguém os deseja?

Eu como poeta, por que iria falar das coisas boas?
Se não vivemos Mundo de Fábulas,
Nem poesia a vida tão pouco seria.
Não vivemos a paz
Nem tão indelevelmente sabemos o que é paz.
Apenas, somos a soma do vazio,
A sombra do nada.
Oferecemos ao Mundo, drogas, sexo, aborto, estupro, pedofilia,
Medo, latrocínio, morte, traição, destruição,
Solidão, preconceito, ódio, culpa, prostituição, sorrisos gozadores,
Imitações, guerra, ganância, inveja, humilhação...
E o que somos então?
E fazemos alguma diferença neste Mundo?/

Muitos tremerão pelo sangue.
Muitos tremerão pela carne trêmula,
Ferida pela guerra,
Apodrecida em uma primavera sem flores.
Esquecerão o amor, seus lares.

O homem e o escarro,
O homem e a leviandade,
Tudo da mesma laia,
Da mesma corja
Vendo!
Compro!
Sonhos?
A Realidade, nem fel nem mel.
Apenas, a verdade.
Mas que verdade?
A verdade a que não enxergamos
À pálida luz da vida.
Alguém vende ou compra sonhos?

(Davys Rodrigues de Sousa, Teresina-PI)

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