quarta-feira, 30 de novembro de 2011
O figurante Coroado
Tem gente que de tão grande ocupa todo o espaço
Tem gente que normalmente se contenta com um pedaço
Tem gente pequena que tem habilidade de dar laços
Tem gente que grita tanto mas sempre fica no vácuo
Tem gente que se adapta ligeiramente aos fatos
Tem gente tão gentil que já no seu chegar se vê anunciado
Tem gente que briga por assim brigar
Tem gente que assiste a luta pra meditar
Tem gente tão sábia que não precisa nem falar
Tem gente que disperdiça por disperdiçar
Tem gente que que nem se importa se dispersa ficar
Tem gente que anda devagar pra não se atrasar .
Banda Eddie videoclipe "Eu tou cansado dessa merda"
Sou como (não) Sou.
Não sou,
mas digo que sou,
pelo simples fato de dizer
e coexistir em um mundo
que a mim não me cabe.
E ao mesmo tempo.
Digo que sou,
mas digo que não serei o que quer que queiram que eu seja
pelo simples fato de que não nasci pra ser quem quer que você deseja,
mas para ser assim como sou,
um objeto de pronome indefinido
conjugado no futuro presente do pretérito de não saber, sempre, o que sou.
Carpaso
Parcelas suspensas no mundo do Ar - da parte da morte da alma
Querer bem virou pecado
pros artistas da discordia
um teatro interpretado
só porque um amor não tem.
Vira de um lado pro outro na cama
pensando em quem ama
que por outrora não vem
não tendo o que oferecer
vem com caé pra desfazer
a construção de coisas boas
a felicidade das pessoas
botando gosto ruim
em tudo que é sentimento
e se arde se apimento.
Vem rastejando por trás
se embola e da o bote...
pra mentir tem gás
grita que nem capote.
Mais é cobra de enorme coração,
de amor e respeito pequeno
grande reservatório de veneno
lotação até a tampa
que dia e noite acampa
pra fazer a confusão.
Pra te nem desejo o mal
como tenho motivo pra desejar
porque sei que em hora tal
com veneno vai se engasgar
quem tem as costas sofridas
e ainda não aprendeu
merece levar mais surra
pra lembrar do que esqueceu
e tem mais...
vacilou, voltou atras
o cacete é dobrado
esse coração castigado
jura de pé junto que morreu
não poder fugir da guerra
com a boca cheia de terra
reclamando da quintura
peito cheio de amargura
plantou o mau e colheu.
(MarcoFoyce)
é o que nos Ama.
Parei para te escrever meus sentimentos
Pensei, rabisquei, poetizei e sorri:
Por que mesmo te amo?
Amo você porque não só complementa o que sou
Como também é aquilo que não há em mim, mas que vejo e me sinto em você.
Tuas coisas, teus mundos, teus jeitos... Duas de mim em corpos diferentes.
Foi o que pensei, é o que sou. É o que amo.
É o que nos ama: ser complemento e encontro...
De uma em outra, a outra em mim.
É, eu te amo, mesmo!
Carpaso
Desmétrica 3
I
Passado e guardado
em Literatura
o mestre aloprado
mas com uma ternura
mostrava um bocado
do mundo letrado
em verso gravura
Eu antes largava
jogava pro ar
sequer me importava
em observar
a rima casada
poesia grudada
ao parâmetrar
E hoje até sinto
gostinho por rima
até me permito
entrar nesse clima
mas digo e repito
no que acredito
está bem acima
Sem nada prensado
parede ou sextilha
é lindo metrado
porém armadilha
meu tartarinado
é improvisado
sem seguir uma trilha
II
Amo em tudo poesia
talvez seja minha verdade
pois me visto de folia
poemando a cidade
assim se faz magia
as palavras em rebeldia
se explodem em liberdade
Cada um tem seu pensar
avisado ou sorrateiro
o que importa é festejar
todo fim de cativeiro
liberdade de expressar
amor pra socializar
coletivo por inteiro
Venha então de simbolismo
ou no que tiver vontade
beba a fonte do arcadismo
é a permissão que invade
poesia em modernismo
ou um conto em romantismo
tudo se faz quando ela GIRA!
(André Café)
Desmétrica
Desmétrica 2
Coretando poesia
Sob o caneleiro
o cheiro que aperta
nem é azeitona preta
é treta embolada
é forte levada
cirandando o coreto
fazendo dueto
inspiração e soneto
até o meiar raio do dia
é som que passa
é nuvem que chega
aconchega as dúvidas
convertendo-as em explosão
é riso tingido no coração
é poesia grudada em perfeição
(André Café)
À ESPERA DO ÔNIBUS
Faltavam dez minutos para o meio dia e Teresina era mais um sol a brilhar. Maria estava na parada, esperando. Chegara cinco minutos atrasada e sentiu a vida adiar mais trinta. O sangue ferveu e já não era o calor. Maria era metódica. E se o dia começava errado não terminaria melhor. O que faz uma pessoa na parada a não ser esperar? Olhou em volta e viu que não era a única. Alguns inclusive pareciam estar a muito tempo ali. E isso não a reconfortava. Nada reconforta a perda, pensava. “O todo sem a parte não é o todo”. Sua mente funcionava sem parar em momentos de espera. Era uma forma de preencher o vazio. Lembrou das vezes em que esperou em vão. O que espera a pessoa que espera? Se de início pareceu calma, do meio pro final era pura angústia. E nesse aguardar passa a vida. Não gostava da resignação. Queria a ação. Mesmo que não fosse de todo ativa. Muitos esperam a solução vir de fora, pensou. Olhou para o lado e viu seu ônibus dobrar a esquina. Chegaria meia hora atrasada para encontrar seu amigo. Mas nada que ele não pudesse esperar.
Nadja Lopes
[Não dê fé.]
Florzinha da flor no cabelo
Meiguice e olhos de bola de gude,
Quem vê jura inocência!
Viu duas vezes,viés duvidoso
Te viu três vezes, é candura!
Mas te juro, mau julgamento...
-Ali é fajuta.
Mais que espinha fina de peixe,
Imitação barata de banda famosa,
Carne de pescoço amolecida na coca-cola,
Mais até que desapego de chiclete.
Quem te cheira, jura que cheiro seja,
Que te beija, jura de amor sobeja;
Mas cheiro é de licor-pele
Como se já não bastasse o doce sabor.
Veneno!
-Não, não acudam.
Florzinha da flor no cabelo
Passou a noite apontando pro céu...
Tava me vendo nas estrelas?
-Não, imbecil.
É que passou um cometa.
Laelia Carvalhedo
Vamos encher a vida de poesia, de sentir, de se entregar, DE SE AMAR!
Quem sabe assim as coisas ficam melhores.
Vamos!
Tente!
SE permita!
Reflita-SE!
Mova-SE em direção ao sol que a tanto tempo vc procurou e agora está a frente.
Molhe-SE na chuva que que a tanto vc quis pra lavar a alma.
Procure-SE no meio do labirinto chamado coração!
Tody Macedo
Sente?
Sem chão? Sim. Sem amor? Não! Recomeço? Perdão...
Apesar de tudo não fazer sentido, da vida ter se esvaecido
Nem mesmo a solidão muda o que tenho vivido
Cada instante só me confirma a força de uma paixão
O sonho de ser feliz contigo nunca será superado
O sentir da tua pele impulsiona meu coração desolado
Apesar de saber dos exageros, sei que era para te ver feliz
Nunca fui o que você quis, mas também não sou de seguir a razão
Prefiro o coração, ele me traz felicidades sem arrependimentos
Reforça a emoção de desafiar limites e se perder sem consciência
Olhar desejando devorar, mas sem demonstrar indecência
Aguardando uma chance de viver com alegria
Sangrar em poesia, posso te pedir uma ultima coisa?
Não me esqueça fácil, pois estará comigo sempre...
E quero ter mais esperança! Como na gentileza da criança
Digo, eu te amo! Com a pureza de uma flor decido falar, mas
Sem esperar resposta, simplesmente por te amar.
Dérek Sthéfano
Escrever
Li uma vez que escrever é o estado de solidão. É a solidão do autor, a solidão da escrita. E eis o conselho que foi dado: Para começar, o autor se pergunta que silêncio é esse ao redor de si. E era isso o que eu fazia há tempos sem ao menos conhecer a teoria. A escrita não me abandonou nunca, ao contrário. Eu me desfazia dela propositalmente. Sempre fui teimosa comigo mesma. E o sendo perdia algo que me habitava e me encantava. Porém, não escrever também me proporcionava um certo alívio. Era uma liberdade clandestina não escrever a intimidade com tinta preta. Nunca fui boa em criar hábitos. Escrever não me fugiu a regra. Às vezes foi escolha.
Nadja Lopes
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Descobertas
Quanto tempo perdi sufocando meus pensamentos.
Quanto tempo esperei que sumissem as nuvens que percprriam na imensidão do teu olhar.
Quanto tempo eu me perdi,tentando me encontrar em algum lar que podesse me aceitar nessa forma estrana que sou .
Quanto tempo desesperada fiquei, delirando só em pensar que uma hora dessas seu suor poderia está escorrendo entre o meu.
Quanto tempo imaginando ,até chegar a uma conclusão, que a cada vez que penso estou crescendo mentalmente e que a cada momento em que estou esperando,estarei me deseperando, me sufocando e desaparecendo para o mundo, por que ate agora você não passou de um mero sonho.
Uma perdida
soltando-se em véu de carne
em um resto de teimosia
Voltava, permitia mais
Perderia o tempo de ficar
Ainda sobram cores fortes,
dentes loucos e lábios perdidos
Ainda vive em mim aquela fera solta
E ela quer te buscar.
(Rosseane Ribeiro)
Caixa
Parcelas suspensas no mundo do Ar - II
Pinga no pé das estrelas
Eu quero ver piau voar
joga tarrafa na nuvem
Para um sonho bonito pescar
Balança pro mundo cair
O céu e as estrelas rodopiar
Nem água, nem fogo
Com mandinga de jogo
Quero ver tudo se acabar
Na folha seca eu pego carona
No braço do vento vou subir
Nas gotas d'água vou nadar
tristezas entre as nuvens inibir
O sol já cansado se encurvou
na copa de flores se deixou cair
E eu fiquei suspenso no ar
Quando a terra cair
a poeira vai acabar
na dança vai subir
vapor d'água do mar
eu quero assistir
meu corpo parado no ar
(MarcoFoyce)
Rios secos suspensos no mundo do Ar - I
Nos cabelos dos raios de sol, o dia floresceu
na pétala pálida, semblante de tristeza
alimenta as abelhas com nécta de sua beleza
o orvalho na amanhecença da flor escorreu
Um voo com maestria, pairou no ar o beija flor
avistando a flor tristinha, fazendo trança no cabelo
enxugou suas lagrimas e a felicidade fez um apelo:
'venha de onde estiver nas rimas de um cantador'
As tuas tristezas já não quero mais ve-las
levanta a cabeça e te presentearei com
Vestido de nuvens bordados de estrelas
E quando triste tiveres e pra baixo olhar
Montada na garupa de um cometa
Voando alto com os seus sonhos vai estar
(MarcoFoyce)
Vício
Eu queria me opor ao vicio
De te ter
O tempo todo comigo
O frêmito é que domina
Nossos corpos
E a tua voz
Penetra pela minha pele
Parece me inalar
Esse súbito de sensações
INFINITAS
A meu ver
Parece surreal
Mas na verdade tudo é bem real
Encarnamos o que há de mais carnal.
(Gabi)
Tempo de fugir
Penso que está na hora de acabar com a ficção.
No filme da vida é melhor o drama da vida privada
Que mal acabada vai se construindo nos passos,
Talvez lentos ou tortos,
Mas tijolo a tijolo a realidade nua e cura vai se concretizando sem inventar histórias
Sem ter expectativas utópicas.
Sim, a realidade improvisada, bem criada, sofrida,
Na dor e na alegria, na saúde e na doença ainda é a melhor pedida.
A seleção haverá se houver a distinção
Desse segunda dimensão em que muitos seres pairam,
Da realidade tão cruel que nos entropece com os fatos.
Separar o real do abstrato, o sonho do fato, o pensamento do tato.
E o que pode-se ver é que ao criar ilusões, quem cria cai nela como uma cilada.
Porque é nisso que consiste as ilusões: deturpar o que se vêm em prol do que se quer conquistar
O ser não foi criado pra ilusão. A criação foi feita pra mesmo que na alma, que é abstrata, viva a essência do ser, que em plena satisfação, venha concretizar no real o pleno gozo de vida.
(Tody Macedo)
Será que o Amor pode ser condenado?
Um amor condenado não somente quando deturpado. Mas se na sua essência ele pode ou não, não sei, mas ele é condenado por línguas que maldizem os fatos ignorando as atitudes alheias.Quem mais condena o amor é quem realmente não teve a capacidade de dar passos através do medo, onde o arriscar se tornou mórbido e vacilante, entorpecido e quase estático.Do mais, chega de sentir demais (só hoje);
Chega de amar demais (só hoje);
Chega de se entregar demais (só hoje);
Por que justamente eu tenho que revesar com a minha metade. E como diz o velho sábio (Oswaldo Montenegro): "E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade também." Amanhã volto a minha sina, a minha meta, ao meu fim!
(Tody Macedo)
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Escarlate
Outro dia me disseram que o vermelho é a cor que salta aos olhos. Concordei. A mim, por exemplo, sempre surtiu o desejo intenso e lúcido pelo rouge. Inclusive, em todas as mulheres que observo há um pouco dessa tonalidade. E se daí parte o perigo, revela talvez para os olhares mais atentos uma pureza camuflada. Originada do que é mais primitivo e espontâneo. Vestir-se é como perfumar-se. “É sabedoria instintiva” que revela conhecimento de si própria.
Hoje acordei com esse desejo escarlate. Mas por dentro vesti branco.
(Nadja Lopes)
Me pega forte, me rasga, me toma
Sou sua por esse momento
Faça o que quiser do meu corpo, mas só com o corpo
deixe meu coração em paz
Na verdade, eu faço que meu coração fique me paz, ele me obedeçe
Mas meu corpo não
Quero me comportar, ficar quetinha, ser uma verdadeira dama
Mas não posso, não consigo
Você me pega no ponto fraco, me aperta e me beija forte. Como posso me comportar?
A conciencia pesa depois, mas é por pouco tempo. Não adianta ficar pensado
Minha pele se arrepia, meu corpo se contrai, se retrai e explode.
Uma. Duas. Tres vezes. Incontaveis vezes. Quantas vezes mais você quiser.
Mesmo dias depois ainda sinto o seu cheiro em mim, seu gosto, sua vontade retraida, a minha vontade incompleta também. Não foi o sufiente
Ver seus olhos perdidos em corpo é sempre a melhor parte
Seu rosto contraido, seu corpo suado, as roupas pelo chão
As paredes são nossas cúmplices, elas figuem não ver nada
A vontade é grande, e esqueço a sanidade, as regras, a moral
Para que essa hipocresia sexual, se ambos querem a mesma coisa?!
Não faça cara feia pra mim, sei que voçê não é nem um santo
Aproveita, me beija toda, me esquenta, me perde, me acha
Aproveita porque não sei quando os ventos sopraram de novo
Aproveita que a vida é curta, e minha vontade é grande
Minha vontade por é grande...
... aproveita em quanto ela ainda está bem viva..
Dalila Cristina, 28/11/11
Da alegria de ser
Márcia é a empregada aqui de casa. Mas costumo pensar que ela é um dos melhores sorrisos que já vi. Ah que me perdoem os puros de coração; mas tenho uma leve inveja dessa alegria espontânea. E eu que não me reconheço quando acordo, costumo receber o melhor do seu “bom dia”. Um antídoto para o sono interrompido. Outro dia perguntei o que a irritava e ela disse: “Tem uma coisa que me irrita, mas não digo é segredo.” Respeito. Até o melhor dos seres tem seus "Dies Irae".
(Nadja Lopes)
Vem aqui, devagarinho
Dormir juntinho, esquentar essa noite fria
Assitir um filme bobo, comer pipoca velha, conversar besteira
Preocupa não, posso ser beija-flor
Posso me aquetar e viver algo pra sempre
Posso viver o momento loucamente, e ir em outros jardins
Me aperta forte, me abraça calmamente, me toma, me envolve, me leva daqui um pouco
Não vai doer, garanto
É só abrir a boca, é so me dizer
É so vir aqui devagarinho... devagarinho?! Esqueçe o devagar
Vem aqui rapidinho
Dalila Cristina, em 28/11/11
Eternidade
antes fosse sorte
ter um coração que ama quando bate
um peito que te perca e que te ache
uma saudade que te leva aonde eu for
um perdão de açoite e de dor
onde meu corpo quiser e puder
E quer:
um querer particular de
me perder sem morte
de dominar a sorte
de um dia ser pra sempre
a tua morte
a tua vida
a tua respiração.
Tudo o que te acaba, quando você for
Enquanto eu puder sentir
que isso seja amor.
(Rosseane Ribeiro)
Somos uma espécie de deus
em um corpo que apodrece
Apolo naquela estatua (ou no Olimpo)
sempre belo e forte
nós ,ao contrário:
envelhecemos
E como não enlouquecer
com essa ideia de deteriorização?!
Vivemos em épocas
que em clínicas estéticas
homens e mulheres procuram ser deuses...
a fonte da juventude não está ali
Frankensteins hipermodernos
estão na busca errada:
a imortalidade é bem mais que um corpo bonito!
Dine
Sinto coisas que não sei
Dias estranhos, de sonhos reais
De realidades distorcidas
De alegria que se junta com tristeza
De valores reforçados e certezas perdidas
A definição disso me parece cada vez mais distante
Mas nem me adormento muito
Sei que é de mentes inquitas que o mundo precisa pra girar!
E enfim, de dentro pra fora.
A poesia gira.
A poesia gruda.
A poesia vive.
E permaneço sem saber o que!
domingo, 27 de novembro de 2011
Almas Gêmeas
como podem dois seres completarem-me de maneira tão singular?
serei eu composta de elementos tão distintos
que não poderia existir um único ser com todos eles em completude?
anseio pela paz, serenidade
pelo amor romântico
a vida a dois
a profissão ideal
o entendimento, o aconchego
porém desejo o novo, a surpresa
o entorpecente
a liberdade
a arte plena
o amante, o efémero
não que tudo estivesse perdido e separado
mas como uni-los?
coloca-los em um mesmo recipiente,
pô-lo a minha frente
e dizer:
sirva-se a vontade!
gosto de All Star, dormir até tarde e de mãos
ele também
gosto de sonhar, escrever e filosofar
ele também
ele é meu real
ele é meu abstrato
mundos tão próximos
oportunidades tão distantes
amores-perfeitos, jogados ao vento
e eu solitária
a esperar
que se não dois
pelo menos um de mim se aproxime
Meu desejo é kamikase
Tempestade da alma
Falta pouco para meia noite e a certeza de que o sono não virá me arrasta para a solidão das madrugadas na minha sala de estar. Todos dormem, penso eu. A sociedade no seu mais profundo sono de alienação. Irão alguns despertar ou simplesmente levantar da cama? Com suas caras de ontem e pensamentos de anteontem. Ligo a TV, mas não há nada que me preencha. Nenhuma resposta às minhas perguntas. Talvez seja isso que me tira o sono. O peso das perguntas sem respostas e o medo de estar só entre tantos. Agora passam das duas e acho graça das propagandas mudas, tão persuasivas e sutis dizendo para si mesmas sua mais pura verdade. Desvio o olhar e desligo a TV como o meu mais singelo protesto. Levanto e bebo água, o corpo está cansado e pede sossego, mas a mente está inquieta preocupada com os desafios da humanidade e com os meus próprios para daqui a pouco. Volto para a cama decidida a vencer minha insônia. Inútil... pensar me tira o sono.
À Ela
Nadja Lopes
Sopro de um Poema
The gust of wind - Lévi Dhurmer |
Formas esquisitas
Palavras indecisas
Amor interrompido
Perdendo o sentido
Letras que se agrupam
E se misturam
Aos meus sentimentos bobos
Tratados dum tal moço
Não que seja difícil
Misturar com o papel o que é sentido
Ou quem sabe líquidos escorridos
De um momento propicio
Antes, usar minha proteção.
Dando continuidade a tal ação
A minha lida metaforizar
Por tanto, jamais encerará.
(Gabi)
Por Todas As Ruas Da Cidade
Eu assim, correndo pelas ruas da cidade
Correndo em meio as luzes da cidade
Perdido em meio a esse céu sem estrelas
Parando em meio as esquinas
Vendo a luz que me guia
Nas luzes dos postes cegando as minhas esperanças
Respirando a fumaça dos carros em meio as asas do dragão
Perdido em meio aos arranha-céus
Sumindo sobre a poeira da rua
Perdido em meio as alucinações nas praças
Correndo em meio aos mendigos
Sussurrando para o trovão
Gritando em meio a luz e sombra
Em meio a uma rua que parece dar para toda a solidão do mundo
Jorge Lucas M.
sábado, 26 de novembro de 2011
Rebeldia e arte
Alma poeta não descansa a mente inquieta
Mente inquieta não descansa o que me cerca
e o que cerca mostra sinal de alerta
Alerta que se faz em controvérsia
e versa o rabisco de uma brecha
na cerca que nos cerca
e com tinta nos liberta
menina de giz
O que há por trás do sorriso?
pintores, escultores, poetas, amadores
meninas, mulheres, homens e profetas
palavra não dita, sonho escondido
abraço apertado, beijo roubado.
Quantas coisas ja viveu?
Quantos principes escolheu?
É bela? é santa? é poeta de mão cheia!
É da rua? é imunda? o que é que te recheia?
É mistério? traço sério?
Um riso incontido?
É errado? é estranho?
Vívidos deletérios!
Não se sabe! não se crê!
Só se imagina menina de giz.
(Fernanda Costa)
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
A culpa não é sua
Não foi crime seu surgir e sumir num repente
o grave aqui, foi surgir em mim, paixão devastadora
que me encarcerou em esperanças fixadas na areia
o que eu temia se fez verdade, levando embora realidades
cultivadas em meu peito
mas nunca assuma essa culpa
que em mim está cravada desde origem
é sumariamente minha a displicência
de não conter os olhos que sorviam tragadas do teu corpo
do teu sorriso distante, sentia-se o calor
da tua mão impossível, floravam carinhos
eu em desalinho, não pude reverter o que se previa
da noite pro dia, numa melodia que destoava de sua canção
e então, num ato final para o meu coração
evaporou-se, sem deixar nenhum rastro de perfume em sua sombra
(André Café)
Junto a você
Libertando-me das ilusões que carregava
percebi que mais me entregava a outra .
Eu tinha sofrido um amor reprimido
mas os dias tinham passado rapidamente
e os fantasmas do tempo trouxeram de volta um amor em mim
que estava emocionadamente fragilizado .
Incondicionalmente ,
vi que estava cada vez mais junto a você
me deixando levar por um amor puro e sincero
que brotava e florava em meu coração .
Meus anseios progrediram na frustraçao de te querer mais e mais .
Agora não terei medo de expressar minha ternura
e não irei fugir do amor
pois sei que o amanhã virá outra vez
e você estará ao meu lado .
Então preciso que cuide de mim
agora eu lhe pertenço
e minha felicidade está em suas mãos .
(Marcia Lima)
De Ante mão na Contra mão
sobre infernos e paraísos
Era uma noite, como tantas outras, uma chuva fina caía molhando de leve a janela de vidro do quarto, a lua estava lá, sutilmente se fazendo presente, depois de muito pensar, adormeceu. Lembra pouco do sonho que teve, mas envolvia brigas, assaltos em sua casa e uma idosa sendo espancada, e ela entrando no meio para defedê-la. Sonho ruim, muito ruim. Logo depois, adormece novamente, também lembra pouco do sonho que teve, mas envolvia espíritos demoníacos, pessoas sendo esfaquiadas e
monstros terríveis. Acordou assustada, o coração acelerado, rezou algumas vezes e pediu a Deus um sonho bom, depois de um tempo que ela achou ser enormemente enorme, ela adormece.
E, dessa vez, lembra do sonho quase todo, saía de viagem com suas amigas para a praia, chegava em uma montanha de areia, e no alto dessa montanha ficaria o hotel onde se hospedariam, o carro quase não sobe, quando finalmente conseguiram, praticamente chegaram no paraíso, um lindo pôr do sol, e o hotel ficava dentro
da montanha de areia, lindo, lindo, lá chegando, elas vão jantar, e há muitos hóspedes na cantina jantando, entre eles, ela consegue avistar dois ex namorados, pra um deles ela ri, acena, e tudo bem, pro outro, nossa! coração bate depressa,
respiração falta, começa a tremer, não sabe o que fazer, senta na cadeira, tenta comer e não consegue, fica observando-o de longe, então ele se levanta, e se dirige às escadas, ela prontamente se dirige à recepção e pergunta em que quarto ele está, ela sobe as escadas correndo para encontrá-lo, bate na porta, ele abre, cara de sono, o mesmo velho calção de sempre, ela entra, ensaia o discurso que há anos está pronto, mas desiste e o beija, batem na porta, ela se esconde, é a mãe dele, ela pula a janela e vai embora, dessa vez, mais feliz e radiante, Deus lhe atendeu, teve um sonho bom.
E daí que nunca vai ser realidade? nunca se sabe, esses sonhos, às vezes, teimam em ser verdade!
(Fernanda Costa)
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Particula de um tempo
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Eu sou um ser humano!
O que mata
To sentindo a fumaça
Que sobe ao lado
Não sei se é tragada
Não sei se é queimada.
Agora escuto, agora escuto
Motor acelerando, pneus cantando
A vista embaçando, o asfalto queimando
E meu plano ficando mais curto.
Olho pra frente, vejo gente
Gente em prantos, gente pra todos os cantos,
Senti algo queimando a orelha,
À minha frente ricocheteam os espantos.
O desespero invade o hospital,
Ônibus queimando na frente da central,
Índios reivindicam seu espaço natural
E trabalhadores perdem seu trabalho matinal.
Quem está errado, faz pelo motivo certo.
Quem está certo, fez pelo motivo errado.
Quem esteve errado não viu, decerto.
Quem esteve certo, só riu, tapado.
A risada de ver o velho tropeçando na faixa,
O remorso de ter que botá-lo na caixa,
Consequência de atos que foram na vera, omissão,
Que fará da vida deste indivíduo, o cão.
A limousine quadrada, que todos deviam passear,
Com três letrinhas que aos vivos, faz arrepiar,
Descarrega presunto detrás do 1º pra centralizar
O plano de quem parte e não soube o que o terminou de matar.
W.D.
Fuga
Como se desama?
Como expressar um não querer amar ?
Como conseguir falar que não se quer o que está bom
É proibido não amar o belo, o primoroso , o afável ?
Estou errada em ser sincera e querer partir , em dizer que quero desistir?
Ter o completo e querer descompletar a forma
Querer desunir a calma , desalinhar o perfeito
Me desvencilhar do beijo deleitoso , pra simplesmente estar livre pra rir da liberdade
Como não ferir o coração do bom ?
Como sair desse conflito enfim refeito ?
Ter o tudo e querer o nada
Ter o amor maior e dele querer fugir, partir, sumir.
E hoje em dia , como é que se diz NÃO te amo?
Ana Nogueira
Profundo
Aquilo que me toca no mais íntimo e profundo
É oriundo mesmo que nefando, aqui de dentro
Não há como não se apegar, registro temporal
Evocar o grande mal do sentimento suscitado
Minutos passam rápido e intensificam a tormenta
Que por sutil leveza inventa, formas de cogitar
E conduz-me a indagar o porquê disso acontecer
Meu pobre ser a andar, andar por aí a claudicar
Benemérito prazer daquele encontro traz um dia
Esperança atroz nunca ternamente consumada
Nas curvas da estrada meu olhar do teu se perde
E logo despede deixando um coração estilhaçado
E em pequenos pedaços a se reparar com cuidado
Um intenso brado agora ecoa nos quatro cantos
Não é para tanto diz-me alguém tocando o peito
Com leve despeito discordo daquele plenamente
Quem sabe é quem sente, não é nada indecente
Aquilo que passa, mas fica um grande bocado
Eflúvio etéreo marcado aqui profundamente...
Alderon Marques
Todos em um
Tive de todos os tipos.
Dos que eu chorei por dor
das lagrimas de alegria
e até dos que eu só ria.
Tive daqueles,
que me tiravam do sério
e aqueles que não se leva a serio
até os sem mistério.
Do frio na barriga
Àquele que não resiste a uma briga
Em todos, tive : pele, beijos e intrigas.
Tive daqueles que pareciam sonhos
e daqueles só no plano dos sonhos.
Mas tive um...
Um que tinha pele, beijo e briga
me dava alegrias.
Era tanto mistério
que eu saia do sério.
As vezes era um sonho
em outras me dava um sono
Ainda sim eu tive um.
Um amor que me tirou o ar
me desgovernou
me pôs a chorar.
Eu tive todos.
De todos os tipos e jeitos
todos os amores
Em um.
Eu tive um amor
pra brigar, beijar e amar.
Letícia Paganoto
Contraído Contraíído Contraíííído.
Eu demorei. E aposto que eu demoraria muito mais se não fosse a minha coragem de colocar o que eu não sei o que vai sair.
Estava ao ponto de explodir. Minha cabeça tinha se multiplicado e ficado maior que o meu corpo, e o meu corpo estava bem maior que a minha cabeça depois que ela tinha aumentado.
Eu não sei se acontece isso com quem gosta de escrever. Mas, não escrever dói.
Dói tanto que os músculos se contraem e eu acabo cortando a minha gengiva de tanto que a mordo.
Mordo de muita raiva e tremo também.
Parece-me que falta algo.
E é claro que falta. Ou faltava...
Faltava-me escrever aqui.
E agora eu estou escrevendo. Entretanto, enquanto eu coloco as palavras, o meu pensar está andando tão rapidamente, que eu mal consigo acompanhar.
Na verdade, ele está correndo...Está correndo porque ele é mais ansioso que eu.
E assim, eu tenho que correr de forma tão eloquente quanto ele.
Agora eu saio em disparada como se eu fosse pegar o meu filho ( um filho que eu não tenho) que fugiu.
Eu agarro e quase o derrubo.
E daí eu bato. Batobatobato. Bato de tanto ódio aquele chão duro de asfalto.
Isso porque os meus joelhos doem.
Os meus joelhos, os meus braços e até o meu pescoço.
...Eles doem e se contraem. Contraemdescontramcontraemdecontraem.
Tudo isso até os músculos relaxarem.
E depois eu apenas assopro.
Assopro o vento tão calmamente, que empurro qualquer raiva que havia por aqui.
E então...
O ALÍVIO.
{ fuuuuuuuu }
Tassi
Olha só
Olha só ...
Só vou falar uma vez.
Isso que você faz com o meu coração não é legal,
me deixa sem ar, me faz passar mal.
Sumir da minha visão,
sem motivo e nem razão,
não dar tchau e me abandonar,
sem nem ao menos uma ligação.
Sumir do Face e do MSN
e nem nada me informar,
e eu descobrir que choras por aí,
mas que não tem coragem de ligar.
Sumir ? Porque sumir.
Se desejo que esteja aqui,
os braços e coração estão abertos,
e o caminho, mais do que certo.
Olha só ...
Só vou falar uma vez.
Eu perdoo o que você fez.
E não desejo saber de nada mais,
apenas esquecer,
o que passou,ficou para trás,
mesmo sabendo que isso não se faz.
Olha só ...
Só vou falar uma vez.
Eu espero a sua ligação,
coração morrendo de paixão,
paralisando de emoção,
sofrendo com a solidão,
desejando uma canção,
para embalar nossa história e
apagar os erros da memória.
Tayago
Dentro de mim
Dentro de mim há uma esperança
que é bem maior que o sonho de uma criança
sem saber da vida o passo da dança
e sempre na mente uma boa lembrança
Dentro de mim existe uma canção
cantarolando mais uma emoção
para quem sabe arrebatar um coração
tentando mais do que nunca uma reconciliação
Dentro de mim não há mais lamento
perdido dentro de um sofrimento
e sim um grande sentimento
Dentro de mim há muita imagem
de um sonho ou uma viagem
indo embora sem pedir passagem
(Mario Viana)