domingo, 27 de novembro de 2011

Tempestade da alma



Falta pouco para meia noite e a certeza de que o sono não virá me arrasta para a solidão das madrugadas na minha sala de estar. Todos dormem, penso eu. A sociedade no seu mais profundo sono de alienação. Irão alguns despertar ou simplesmente levantar da cama? Com suas caras de ontem e pensamentos de anteontem. Ligo a TV, mas não há nada que me preencha. Nenhuma resposta às minhas perguntas. Talvez seja isso que me tira o sono. O peso das perguntas sem respostas e o medo de estar só entre tantos. Agora passam das duas e acho graça das propagandas mudas, tão persuasivas e sutis dizendo para si mesmas sua mais pura verdade. Desvio o olhar e desligo a TV como o meu mais singelo protesto. Levanto e bebo água, o corpo está cansado e pede sossego, mas a mente está inquieta preocupada com os desafios da humanidade e com os meus próprios para daqui a pouco. Volto para a cama decidida a vencer minha insônia. Inútil... pensar me tira o sono.

À Ela

Nadja Lopes

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