quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O que mata



To sentindo a fumaça
Que sobe ao lado
Não sei se é tragada
Não sei se é queimada.

Agora escuto, agora escuto
Motor acelerando, pneus cantando
A vista embaçando, o asfalto queimando
E meu plano ficando mais curto.

Olho pra frente, vejo gente
Gente em prantos, gente pra todos os cantos,
Senti algo queimando a orelha,
À minha frente ricocheteam os espantos.

O desespero invade o hospital,
Ônibus queimando na frente da central,
Índios reivindicam seu espaço natural
E trabalhadores perdem seu trabalho matinal.

Quem está errado, faz pelo motivo certo.
Quem está certo, fez pelo motivo errado.
Quem esteve errado não viu, decerto.
Quem esteve certo, só riu, tapado.

A risada de ver o velho tropeçando na faixa,
O remorso de ter que botá-lo na caixa,
Consequência de atos que foram na vera, omissão,
Que fará da vida deste indivíduo, o cão.

A limousine quadrada, que todos deviam passear,
Com três letrinhas que aos vivos, faz arrepiar,
Descarrega presunto detrás do 1º pra centralizar
O plano de quem parte e não soube o que o terminou de matar.

W.D.

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