sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A culpa não é sua


Não foi crime seu surgir e sumir num repente
o grave aqui, foi surgir em mim, paixão devastadora
que me encarcerou em esperanças fixadas na areia
o que eu temia se fez verdade, levando embora realidades
cultivadas em meu peito
mas nunca assuma essa culpa
que em mim está cravada desde origem
é sumariamente minha a displicência
de não conter os olhos que sorviam tragadas do teu corpo
do teu sorriso distante, sentia-se o calor
da tua mão impossível, floravam carinhos
eu em desalinho, não pude reverter o que se previa
da noite pro dia, numa melodia que destoava de sua canção
e então, num ato final para o meu coração
evaporou-se, sem deixar nenhum rastro de perfume em sua sombra

(André Café)

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