segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Uma noite na vida
Transporto-me para uma
tarde de domingo
O vento arrasta os maus sentidos
(os maus presságios são adorno
do espaço entre-prédios, carros e
efeito estufa).
Ufa!
Foi um pássaro não supersônico.
Você.
O outro.
Aquele.
Deita-se no colo da menina
Canta baladas ao violão
Beija-lhe o sonho...
Ah! e usa norma-culta.
O céu é mesmo impregnado
de incerteza e vaguidade.
A fila de automóveis para o espaço
contempla a miséria
carrega a bossa-nova
ao som metálico da guitarra
- Muito prazer senhora elétrica...
Volto à noite fatídica
Esta entre livros acadêmicos
e canções digitalizadas
“O trabalho é para amanhã...”
Meu relacionamento conjugal com a prosa?
A mim pouco importa agora
sou mau ultra-romântico?
e quem se revira no túmulo
é porque prossegue acreditando
na vida eterna!
Quebro
a caneta
o lápis
o papel
- Escritor,
darás mesmo
ponto final a
esta noite?
Salvador, Vão da biblioteca dos sem livros, 13 de dezembro de 2011.
Pedro Sena
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muito lindo
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