... Não sei... às vezes, com uma enorme vontade de chorar, eu penso em desistir, sabe?! Em não o deixar ficar sabendo que eu falto é morrer de comer chocolate sozinha, enquanto penso mil e uma besteiras que não devem ser verdade; que eu olho seu perfil nas redes sociais e fico procurando alguma pista de que ele seja apaixonado, ou casado, ou um homem de péssimos hábitos, ou alguém que não serve pra mim. Ou alguém que não costuma namorar as amigas...
É disso que eu tenho medo, ou pouca coragem, sabe-se lá. Claro que vou aceitar qualquer decisão dele. Mentira. Eu vou me odiar por ter tido coragem de dizer que eu estava pronta pra ser dele o que ele quisesse que eu fosse. Que eu poderia ser mais do que sua amiga, mais do que a menina que ele conheceu quebrando ovos na calçada, depois de sair do supermercado e deixar um ovo quebrar enquanto voltava pra casa.
Mas eu não consigo. Eu não sei se ele vai querer sumir depois que souber que a sua melhor amiga olha pra suas costas imaginando fantasias na cabeça. Eu não sei se ele vai ter coragem de me assumir pra família; se ele também têm planos de ter filhos, de dividir a cama todos os dias com a mesma mulher. Eu não sei se ele sabe amar, se não quer amar por que já amou alguém...
Eu não sei de devo dizer a ele. E se ele não disser “sim”? E se ele não acreditar?
Olha, vou desligar o telefone. Vou terminar de comer o chocolate sozinha. Vou tentar aguentar mais uns dias. Quem sabe a gente, eu e ele, quem sabe a gente consiga dizer aos outros que essa foi uma das histórias de amor mais bonita que alguém já soube. E se não for, paciência. Qualquer coisa, eu malho!
(Rosseane Ribeiro)
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