Querida, não se culpe por ele ter pisado na bola e ainda achar que fez gol. É assim mesmo, a gente conquista, se deixa conquistar, gosta das mesmas coisas, odeias as mesmas coisas e uma hora um acorda e diz que não dá mais, que precisa de liberdade, de mais tempo, de mais espaço, que a vida é curta e não quer um compromisso agora. É difícil ficar à mercer do outro. Nunca se sabe se quando ele se for, ele voltará. Se está mesmo gostando quando está gemendo ou se está fingindo. Nunca se sabe se vai até o fim ou se nada vai durar. Nunca se sabe se a sua mão é um afago ou uma arma.
Entendo que quando perdemos sem explicação, causa ou culpa alguém que consegue a nossa rendição da alma, do corpo, do olhar, da exclusividade, sem querer, de um jeito ou de outro, as pernas morrem, os braços morrem, o corpo morre. É uma perda. E uma perda não se recupera jamais. É como a água que corre no rio. Você jamais banhará na mesma água. E uma perda, ainda que reavista, será sempre uma perda reavista.
Querida, tente não sentir saudade, não lembrar da noite, não se agarre a dias anteriores. As coisas que aconteceram antes, foram boas, eu sei, mas não converse comigo falando sobre elas porquê você nunca vai ter consciência de que havia algo de nocivo, que, claro, podia não ser com você, não ser você. Mas tinha.
Me prometa mais dureza, você é forte. Me prometa mais sorrisos, você é tão bonita, há quem esteja a lhe espiar. Me prometa que irá tentar, você conseguirá.
Pois, querida, chore mais, limpe a alma, não deixe que as lembranças a impeça de tentar de novo e apagar tudo para colocar novas histórias no lugar. Deixe que as lágrimas escorram por seu rosto e leve o que pesa na alma, o que atormenta a mente. E se apaixone de novo. Ele também irá se apaixonar por aí. Não mostre a ele que estás tola, esperando qualquer sinal dele. Para esses sinais de fumaça , é bem melhor que chova.
(Rosseane Ribeiro)
Nenhum comentário:
Postar um comentário