sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Os meus versos ...
Os meus versos são o meu legado à humanidade
Filos sob a mira de fuzis
E sob o faro de cães...
Por isso são fortes como o povo nas ruas
Porque foram forjados com o metal das flores
Os meus versos são minha carta suicida
Também são feitos de morte
Meus versos
Cheiram a sangue coalhado no chão do quarto
E sangram como pulsos cortados...
Filos como se fossem os últimos
Os meus versos são o meu repúdio à humanidade
É o meu protesto ao falso moralismo e ao falso progresso...
Roubei-os de livros proibidos queimados na fogueira
Cheiram a vômito e a excremento
Os meus versos são minha declaração de amor à humanidade
São a prova irrefutável do quanto amei...
Filos com suor e sêmen...
E tudo o que há de mais terno...
Depois o traduzi para todas as línguas...
E o dedico a todos os amantes...
Cicero Juão
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